08 de abril de 2022 | 05h00
A onda de treinadores estrangeiros que se espalhou pelos clubes do País poderá chegar à seleção brasileira em breve. Com o sucesso recente de técnicos como Jorge Jesus, que brilhou no Flamengo em 2019, e Abel Ferreira, com cinco títulos em dez finais com o Palmeiras nos últimos dois anos, a CBF passa por uma mudança de mentalidade, o que torna possível cogitar Pep Guardiola no comando do Brasil.
Uma reportagem do diário esportivo espanhol Marca causou alvoroço no mundo do futebol ontem. A publicação diz que a CBF estaria negociando com o técnico Pep Guardiola, atualmente no Manchester City, para ser o próximo técnico da seleção. Segundo o jornal, a confederação brasileira já teria até mesmo uma proposta em mãos, com salário anual na casa dos 12 milhões de euros (R$ 61,7 milhões na cotação atual), abaixo dos 20 milhões de euros que ele recebe atualmente no clube inglês.
A CBF não se manifestou oficialmente sobre a reportagem do diário de Madri, mas um dirigente da alta cúpula da entidade afirmou ao Estadão que a contratação de Guardiola é algo “sem chance” de acontecer por causa do elevado salário do treinador, que seria de US$ 2 milhões por mês – cerca de R$ 9,5 milhões.
Até 2018, quando chegou ao fim a gestão de Marco Polo del Nero, técnico estrangeiro no comando da seleção brasileira era um assunto proibido na CBF. A justificativa dos cartolas era a velha máxima de que “o Brasil tem o melhor futebol do mundo e nós não precisamos aprender com ninguém”.
A história começou a mudar com a chegada de Rogério Caboclo à presidência da entidade. Primeiro, ele foi buscar a sueca Pia Sundhage para comandar a seleção feminina. Depois, foi atrás do ex-jogador Xavi para ser auxiliar de Tite na seleção principal. A ideia era prepará-lo para assumir o time no futuro, mas o espanhol, que hoje é o treinador do Barcelona, recusou a proposta da CBF.
NOVA ORDEM
Agora, surge o nome de Pep Guardiola para ser o treinador após a Copa. Segundo a publicação, o planejamento na busca pelo espanhol tomou forma após a chegada oficial de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, ocorrida no final de março. Com a certeza de que Tite encerrará o seu ciclo após o Mundial do Catar, o técnico do City, de 51 anos, surgiu como candidato indiscutível à vaga. O contrato seria de quatro anos, até a Copa de 2026.
A estratégia para fisgar o homem que popularizou o tiki-taka para o mundo inclui, segundo a publicação espanhola, reuniões e conversas com Pere Guardiola, irmão e representante do técnico do City.
Guardiola tem contrato com o clube inglês até 2023. Como a temporada europeia termina em julho e a Copa do Catar se encerra em dezembro, existe a dúvida se ele deixaria o clube nesta janela do meio do ano. A próxima abre em janeiro.
Há quase oito anos no City, Guardiola já revelou que um de seus desejos é treinar uma seleção após deixar a Inglaterra. Um outro trunfo para a CBF atrair o treinador é o fato de ele ser grande admirador do futebol brasileiro, tendo declarado anteriormente ser fã da seleção de 1982 e de outros grandes craques, como Ronaldo, Romário e Ronaldinho Gaúcho.