26 de dezembro de 2021 | 11h02
Um dos maiores ídolos da história do Santos, o atacante Dorval morreu neste domingo, aos 86 anos. Ele estava internado na Casa de Saúde de Santos "com quadro clínico delicado, com muita tosse", de acordo com comunicado do próprio clube da Baixada. O velório será realizado no Salão de Mármore, na Vila Belmiro, a partir das 17h. O sepultamento acontece segunda-feira, no Cemitério Paquetá, em Santos. A saída do corpo do estádio santista será às 8h. A direção do clube alvinegro decretou luto de sete dias.
"Dorval é um dos jogadores inesquecíveis, que ajudaram a construir essa linda história do Santos. Merece todas as reverências por sua trajetória. O Santos perdeu um de seus maiores ídolos hoje", lamento o presidente do Santos, Andres Rueda. Pelé e amigos também se manifestaram.
Nascido em Porto Alegre, em 26 de fevereiro de 1935, Dorval Rodrigues desembarcou no time da Vila Belmiro no segundo semestre de 1956 e fez história ao lado de outros ídolos santistas, como Pelé e Pepe. Mas, antes de chegar ao time do Santos, ele viu seu futebol ser renegado em equipes como Grêmio, Corinthians e Flamengo, porque já havia jogadores na posição.
Dorval estreou pelo Santos no dia 7 de setembro daquele 1956, contra o Corinthians de Santo André, na mesma partida em que Pelé marcou o primeiro gol com a camisa santista. Dorval, inclusive, chegou ao Santos na mesma época que o Rei, mas cinco anos mais velho. Ambos foram colegas de quarto na concentração do estádio da Vila Belmiro e depois na pensão da Dona Georgina, onde outros jogadores do time também moravam. Cortavam o cabelo no mesmo lugar, no salão em frente ao estádio.
Na década seguinte, o atacante se firmou como titular na equipe do técnico Lula e compôs aquele que os torcedores chamaram de "Ataque dos Sonhos", jogando com o próprio Pelé, Pepe, Mengálvio e Coutinho. Ele é considerado, por muitos, o melhor ponta-direita da história do Santos.
Dorval participou das conquistas da Copa Libertadores em 1962 e 1963 e dos Mundiais nos mesmos anos. Em nível nacional, esteve no time santista campeão brasileiro em 61, 62, 63, 64 e 65 e campeão paulista em 58, 60, 61, 62, 64 e 65. No total, o atacante somou 612 jogos com a camisa do clube. É o quinto que mais vestiu a camisa santista entre todos os jogadores da história. Ele também se destacou balançando as redes. Com seus 194 gols, é o sexto maior artilheiro da história do Santos.
Em 2016, Dorval foi um dos jogadores do Santos a entrar para a calçada da fama do Museu Pelé, ao lado de Mengálvio, Coutinho, Pepe, Lima, Juary e Léo. No ano seguinte, a homenagem foi em outro lugar. No aniversário de 105 anos do Santos, em 2017, o atacante e os antigos parceiros de ataque daquele "Ataque dos Sonhos" foram prestigiados pelo clube e também gravaram os seus pés no Memorial de Conquistas da Vila Belmiro.
Também antigo companheiro de equipe, Pepe, o "Canhão da Vila", se pronunciou nas redes sociais sobre a morte de Dorval: "Coração triste demais. Que Deus conforte sua família", escreveu o ex-jogador.