Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Coluna do Calixto - Onde Reminiscências, Viagens e Aventuras se Encontram domingo, 23 de junho de 2019

FRANCISCO E O IRMÃO LOBO

 

FRANCISCO E O IRMÃO LOBO

Robson José Calixto

 

 

Quero fazer teu olhar brilhar de novo, tendo à memória a recente passagem (15/06/2019) do cineasta Franco Zeffirelli, que dirigiu “Irmão Sol, Irmã Lua”. Falar-te-ei sobre São Francisco (1182-1226), que nasceu em Assis, que fica bem próxima a Gubbio, Itália, o que lhe permitiu viver nessa cidade sobre a qual já muito te falei.

 

Certa ocasião lobo feroz começou a atacar nas cercanias de Gubbio. Primeiro matava animais pequenos, domésticos, e depois ameaçou a própria população da cidade, que resolveu se armar e evitava, por medo, de se aventurar sozinha para fora de seus muros, de seus limites. Diziam que era uma verdadeira besta e possuía uma boca enorme, assustadora, criando desassossego.

 

Tomado pela compaixão, Francisco resolveu ir ao encontro do lobo, apesar de todos os pedidos e conselhos para que não fizesse isso. Decidido, São Francisco fez o sinal da cruz e saiu à procura do lobo onde diziam que a fera se movimentava, habitava.

 

Por sua vez, o lobo, percebendo a agitação na cidade, correu para atacar o homem que se arriscava em seus domínios, abrindo a boca e mostrando suas presas afiadas. Ao ataque iminente, Francisco fez o sinal da cruz, atraindo a fera para si, a quem chamou de “Irmão Lobo”. E de onde provinha violência, mordidas, dilacerações e dor, se estabeleceu a mansidão.

 

Assim, Francisco conclamou que o lobo não o atacasse, nem às criaturas de Deus e a mais ninguém, pedido ao qual assentiu, inclinando a cabeça e balançando o rabo.

 

Francisco o admoestou ainda mais, fazendo o lobo prometer, a ele e aos céus, que não atacaria a mais qualquer ser e que faria paz com as pessoas da cidade. O Irmão lobo se aproximou e estendeu uma de suas patas dianteiras sobre a mão de Francisco, inclinando, mais uma vez, sua cabeça, assentindo.

 

Com esse ato, Francisco ordenou, em nome de Jesus Cristo, que o Irmão Lobo o acompanhasse até a cidade para selar paz definitiva entre os antigos inimigos, tornando-se o Santo fiador do lobo.

 

Conta-se que a população de Gubbio ficou admirada com tudo que se passara entre Francisco e o lobo, que tomou a mudança de comportamento do animal feroz como milagre, do ódio para uma convivência pacífica. As habilidades especiais de São Francisco se espalharam ainda mais depois de amansar o lobo, e a população da cidade agradecia aos céus sua presença salvadora e pacificadora.

 

Dizem que o lobo passou dois anos saindo e entrando das casas dos moradores da cidade, sem perturbar a ninguém e sem que fosse molestado por qualquer pessoa, ao contrário, era alimentado por elas. Depois disso o animal morreu, todavia, ninguém se esqueceu do episódio vivenciado com a presença generosa de São Francisco, o “Irmão Sol”.

 

Brasília, 22 de junho de 2019. Várias fontes.


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