Praça do Ferreira dos anos 60
Faz tempo saí de Fortaleza. Mais de 50 anos que, convenhamos, não é pouco tempo. Na verdade, fui tangido e optei por viver no Rio de Janeiro, enfrentando dificuldades e conquistando vitórias – principalmente as do lado profissional, que hoje garantem o meu sustento e da família.
Nesses mais de 50 anos, poucas vezes retornei a Fortaleza, ainda que apenas para passear. São poucos os familiares que ainda vivem na capital cearense, e os antigos amigos são hoje quase nenhum. Isso me faz um estranho no ninho.
A Fortaleza dos dias de hoje é completamente diferente da Fortaleza de 50 anos atrás. Era, reconhece-se, uma cidade provinciana e mal planejada. E um planejamento cosmopolita foi acontecendo ao passar dos anos. Credite-se a essa melhora, a dois fatores primordiais que estão edificando e transformando a cidade na maior capital do Norte-Nordeste.
Catedral Metropolitana de Fortaleza em estilo gótico
O primeiro fator, deve-se à intenção de atingir o “bom” e a acreditar que os empreendedores do alicerce estavam ali mesmo, na capital. O crédito que fosse dado à esses, estaria, também, sendo dado aos investidores externos, principalmente os internacionais.
Ninguém poderá negar, jamais, a vultosa parcela positiva nesse crescimento, ao cearense de Cascavel, EDSON QUEIROZ, um audacioso que se tornou megaempresário e, somando a outros de antes, ajudou a alavancar Fortaleza e por merecimento e trabalho, o Ceará. Tampouco alguém poderá olvidar a mudança e transformação comportamental de jovens empreendedores fortalezenses que, a partir de uma “escolarização com mais qualidade, pôde visualizar novos caminhos para o crescimento pessoal em sociedade.
A juventude cearense de determinado nível sócio-econômico não é diferente em nada dos jovens de outras cidades ou capitais brasileiras. Mas, o jovem empreendedor cearense é diferente, sim. Ele viaja, busca, evolui e investe naquilo que acredita ao descobrir como novo e possa render bons frutos.
Foto 3 – Orla marítima de Fortaleza – praia do Meireles
Infelizmente, essa Fortaleza eu não vivi e não me permiti usufruir. A minha Fortaleza é aquela outra, das “fuampas”, das festas nos clubes sociais da periferia, dos movimentos religiosos e estudantis, que acabaram por inserir pequenos valores no crescimento e mudanças atuais.
O Curral das Éguas, a Buate 80, sexo ao ar livre na orla marítima, se contrapondo com o bom vinho consumido ao som do piano no Caravelle ou até mesmo as feijoadas do Clube dos Advogados, ou do Bar do Sá Filho.
Fortaleza substituiu Zé Tatá, Pedão da Bananada, João Nascimento, Parangaba, Orélia do Dedão, por outros ícones. A “reforma” não ficou apenas restrita às praças e avenidas. Ela, com muita força, atingiu também e, principalmente, a juventude.