Redação, O Estado de S.Paulo
05 Janeiro 2019 | 06h00
Agentes da Força Nacional começam a atuar no Ceará neste sábado, 4, após pedido do governador do Estado, Camilo Santana (PT), ao ministro Sérgio Moro, da pasta de Justiça e Segurança Pública. O Ceará registrou nos últimos dias uma onda de ataques a prédios, bancos e ônibus no interior e na capital.
Moro autorizou nesta sexta-feira, 4, o envio de 300 agentes da Força Nacional ao Estado. No dia anterior, ele havia negado o deslocamento imediato dos agentes. Além da tropa, que vai ficar 30 dias no Ceará, serão enviadas 30 viaturas.
Nesta sexta-feira, os alvos dos ataques se espalharam da Grande Fortaleza para o interior. Houve ataques a prédios públicos, como a prefeitura de Maracanaú, na região metropolitana, agências bancárias e a tentativa de explosão de um viaduto. Mais de 40 veículos - carros, ônibus, caminhões e até trator - foram queimados. Os bandidos têm usado galões de combustível e coquetéis molotov para cometer os crimes.
Em Fortaleza, o comércio de rua fechou nesta sexta até duas horas mais cedo. Dois dos terminais mais movimentados da capital também não funcionaram à tarde.
A partir deste sábado, para garantir a circulação, os ônibus deverão ser escoltados por policiais militares dentro dos veículos. Os PMs acompanharão 33 linhas em Fortaleza e quatro na região metropolitana, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará.
Na capital, três agentes fardados deverão ficar no interior de cada coletivo. Já em Maracanaú e Caucaia, na região metropolitana, três policiais acompanharão os ônibus em motocicletas. Haverá ainda agentes à paisana dentro dos coletivos.
Segundo o governo cearense, as investigações apontam que as ordens dos ataques partiram das facções Comando Vermelho e da Guardiões do Estado, que estavam em conflito até a semana passada, mas tentam pressionar o Estado. Os crimes aconteceram um dia após o secretário da recém-criada pasta de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, ter dito que não reconhecia facções e que não iria mais separar presos de acordo com a ligação com esses grupos.