FONTE OCULTA
Alberto de Oliveira
Entre umas pedras metida,
Rolando clara e modesta,
No coração da floresta
Vive uma fonte escondida.
Receosa de ser ouvida,
Talvez abafando um ai,
Quase sem queixa ou murmúrio
Fluindo vai;
E de ser vista receosa,
O vivo fio adelgaça;
E assim ignorada passa,
Passa ligeira e medrosa.
Tal em alma desditosa
Que já não ama nem crê,
Se escoa um fio de lagrimas
Que ninguém vê...