Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão terça, 06 de outubro de 2020

FLIP, FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY, SERÁ EM DEZEMBRO

 

Flip 2020 será em dezembro, com menos escritores e só online

Flip Virtual será gratuita, sem venda de ingresso e com participação ilimitada de público na transmissão que será ao vivo em plataforma própria e nas redes sociais

Ubiratan Brasil, O Estado de S. Paulo

06 de outubro de 2020 | 05h00

Em meio a percalços provocados pela pandemia do novo coronavírus e por problemas internos, a Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, anuncia nesta terça, 6, sua 18.ª edição, que será mais enxuta e em formato virtual. O Estadão apurou que houve um enxugamento nos números – a começar pelo período da festa, que agora ocupará quatro e não cinco dias: de 3 a 6 de dezembro. Com isso, a tradicional palestra de abertura, que sempre ocorre em uma quarta-feira, será incorporada à programação, que agora vai de quinta a domingo.

A lista dos autores será divulgada no início de novembro, mas deverá ficar por volta de 15 – o Estadão adianta que estão confirmados a britânica Bernardine Evaristo (vencedora do Booker Prize de 2019 e que participará da mesa de abertura), a colombiana Pilar Quintana (cujo romance A Cachorra será lançado pela Intrínseca) e o brasileiro Itamar Vieira Junior (autor de Torto Arado). 

 

 

 
Paraty
Paraty. Direção da Flip planeja alternativas para a retomada gradual das atividades que envolvem a participação do público, além da consolidação de estratégias de sustentabilidade  Foto: Prefeitura de Paraty
 

Com isso, a previsão é que a programação tenha de duas a três mesas por dia (o habitual é entre quatro e cinco) e cada encontro poderá contar com até três escritores, além do mediador. A boa notícia para os fãs da festa literária é que a Flip Virtual será gratuita, sem venda de ingresso e com participação ilimitada de público na transmissão que será ao vivo em plataforma própria e nas redes sociais da Festa. Também haverá vídeos gravados, eventos paralelos e programações de parceiros.

“Este é um ano atípico, por isso optamos por este formato”, explica Mauro Munhoz, diretor artístico do evento. “A Flip Virtual contará com uma linguagem própria que respeita o sentido original e o espírito da Festa: ser mais do que um mero evento, estabelecendo uma relação duradoura e permeável com Paraty.” 

A edição será atípica também por não contar com a presença de um curador nem de um autor homenageado. A jornalista e editora Fernanda Diamant deixou a função da curadoria em agosto – em nota, ela anunciou o desejo de abrir mão do “espaço de privilégio de forma pública”, em favor de uma curadora negra. “Mais que uma programação com autoras e autores negros, a Flip agora precisa de uma curadora negra para reinventá-la nesse mundo pós-pandemia”, escreveu Diamant. 

Depois de sua saída, não houve ainda substituição. Já a questão da homenagem, o nome anunciado em novembro do ano passado foi da escritora americana Elizabeth Bishop (1911-1979), mas sua simpatia, declarada à época, ao golpe militar de 1964 despertou diversas críticas, transformando o que seria uma homenagem em um dilema.

“Entendemos que este ano a pandemia causou a morte de artistas imprescindíveis à nossa cultura, como o escritor Sergio Sant’Anna, o compositor e letrista Aldir Blanc, o artista plástico Abraham Palatnik e a regente Naomi Munakata, entre muitos outros. Portanto, este não é um momento de celebração. Assim, não teremos um autor específico em destaque, iremos homenagear coletivamente os que partiram”, comenta Munhoz.

Como houve uma queda significativa de receita, a Flip lançou, no mês passado, uma campanha de financiamento coletivo visando a manutenção do projeto educativo (como atividades da Flipinha e FlipZona) até março de 2021.

Entre os autores já confirmados, a britânica de origem nigeriana Bernardine Evaristo é autora de Garota, Mulher, Outras, que será lançado pela Companhia das Letras no dia 13 e que, ao ganhar o Booker Prize do ano passado, a alçou à condição de ser a primeira autora negra a receber a premiação. 

 

Bernardine Evaristo
Bernardine Evaristo. Vencedora do Booker faz abertura  Foto: Acervo Pessoal

Já Itamar Vieira Junior é autor de Torto Arado (Todavia), livro vencedor do Prêmio Leya de 2018. E Pilar Quintana é autora de A Cachorra, que a Intrínseca lança em novembro. Trata-se da história de Damaris que, aos 40 anos, adota uma cachorra e a batiza com o nome que gostaria de ter dado à filha que nunca conseguiu ter. “Quando comecei a escrever, eu me perguntava: ‘é incondicional o amor das mães?’”, comenta Pilar, em entrevista ao Estadão. “Se seguimos pelo livro, a resposta seria ‘não’, pois as mães também desejam amor e têm seus problemas com seus filhos.”

 

Itamar Vieira Junior
Itamar Vieira Junior. Autor é um dos brasileiros confirmados  Foto: Câmara Municipal de Varzim

O ponto central da história é a maternidade, mas grande parte de sua força vem do cenário em que ela se passa: a pobre e selvagem costa do oceano Pacífico colombiano, onde a própria escritora viveu durante nove anos. “É um dos lugares com maior biodiversidade do planeta e, portanto, muito rico. Mas, ao mesmo tempo, é uma das regiões mais pobres do país. A maioria dos seus habitantes é formada por negros, abandonados pelo governo. Vivem da pesca e do turismo, não têm serviço público, educação, e o acesso à saúde é precário e, às vezes, nenhum.”

A experiência vivida em Juanchaco (Pilar contraiu leishmaniose e malária) foi difícil, mas ajudou a moldar sua literatura, que logo a tornou uma das principais escritoras colombianas de sua geração. 

 

Pilar Quintana
Pilar Quintana. Uma das principais autoras colombianas  Foto: Danilo Costa

Pilar teve seu primeiro filho aos 40 anos, como a protagonista de A Cachorra, e conta que escreveu o romance inteiro no celular, enquanto amamentava seu filho. A maternidade teve forte influência na narrativa, especialmente quando a personagem Damaris passa do instinto maternal para o assassino. 

“O que me interessa é a complexidade das pessoas. Um assassino nunca é só uma pessoa má. Geralmente são vítimas das suas circunstâncias, foi criado em um ambiente violento e sofreu maus-tratos na infância”, disse. “Busquei explorar como uma boa pessoa pode chegar a cometer algo que ela mesma considera impensável.”

NOVIDADES DA FLIP 2020

  • 4 dias de festa literária virtual (entre 3 e 6 de dezembro)
  • Total aproximado de 15 autores
  • Média de 2 a 3 mesas por dia
  • Acesso gratuito à transmissão online
  • Sem homenagem a algum escritor específico

 


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