04 de maio de 2020 | 12h04
O ator Flávio Migliaccio morreu aos 85 anos no Rio de Janeiro. Ele foi encontrado morto em seu sítio em Rio Bonito, no interior do Rio, nesta segunda, 4. De acordo com a Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, a causa da morte seria suicídio.
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O último trabalho de Migliaccio na TV foi o personagem Mamede, na novela Órfãos da Terra.
Nesse projeto repleto de questões pessoais, Flávio decidiu acumular funções – de ator, diretor, dramaturgo, cenógrafo e figurinista (essa última, em parceria com Paixão). “Não consigo distribuir. Não que os outros não tenham capacidade. Mas é que quero saber de tudo”, garante. Esse comprometimento com as diversas etapas do processo talvez esteja ligado às circunstâncias da vida de Flávio, que precisou transitar por diferentes profissões para sobreviver – ocupações relacionadas ou não à atividade artística. “Fiz claque para Dulcina e Odilon. Ria e aplaudia os dois”, lembrou, referindo-se a Dulcina de Moraes e Odilon Azevedo. “E fiz o mesmo para Ronald Golias.”
O espírito empreendedor remete ainda ao início de sua carreira, no Teatro de Arena, companhia de perfil politicamente engajado, que marcou oposição ao padrão europeu de encenação do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) por meio da valorização de montagens destituídas de produções luxuosas, concebidas a partir de proximidade geográfica com o espectador (determinada pela disposição da arena) e centradas em uma dramaturgia nacional voltada para o cotidiano dos menos abastados.