Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sábado, 09 de fevereiro de 2019

FLAMENGO: CHAMAS ROUBAM FELICIDADES

 

Chamas Roubam Felicidades
 
 
A morte de 10 meninos em um incêndio no CT do Flamengo comoveu o Brasil e o mundo. Com o luto, vieram os questionamentos sobre o motivo do fogo e se ele poderia ser evitado
 

 

Publicação: 09/02/2019 04:00

 



Crianças e adolescentes. Eles dormiram com o sonho de serem jogadores de futebol e acordaram para um pesadelo. Nas palavras do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, “certamente a maior tragédia pela qual esse clube já passou nos últimos 123 anos”. Uma tragédia que atingiu aqueles 10 meninos, as famílias deles e fãs do futebol no mundo inteiro — torcedores rubro-negros ou não. Como no fatídico acidente de avião com o time da Chapecoense, todos se uniram em torno de um time, ao mesmo tempo em que surgiram perguntas que exigem respostas: como aconteceu o incêndio no alojamento dos jovens atletas no Ninho do Urubu, o centro de treinamento do clube, em Vargem Grande, na zona oeste do Rio? Por quê? Poderia ser evitado? E quem são os responsáveis pela morte dessas crianças?

Segundo relatos dos adolescentes que ocupavam o alojamento, o fogo começou por volta das 5h de ontem. O tenente-coronel Douglas Renault, porta-voz do Corpo de Bombeiros, afirmou que os militares chegaram ao local às 5h17. No horário, o alojamento estava inteiramente tomado pelo fogo e não foi possível salvar ninguém. Os atletas contam que nem todos notaram o fogo ao mesmo tempo. Quando começaram a sair e a gritar pelos companheiros, as chamas se alastraram de forma rápida. Em vídeo, o atacante Samuel Barbosa, de 16 anos, chora. “Não deu para conseguir chamar quase ninguém”, diz. A fumaça se espalhou, fazendo com que muitos desmaiassem. Depois, explosões tornaram a situação mais confusa e perigosa.

No fim do dia, o médico do elenco profissional do Flamengo João Marcelo Amorim confirmou que os 10 mortos no incêndio eram jogadores das categorias de base: Arthur Vinícius de Freitas, 14 anos; Bernardo Pisetta, 14; Christian Esmério, 15; Jorge Eduardo Santos, 15; Pablo Henrique da Silva, 14; Vitor Isaias, 14; Samuel Thomas Rosa, 15; Athila Paixão, 15; Gedson Santos, 14; e Rykelmo de Souza Viana, 17. Kauan Emanuel, de 14 anos, Francisco Dyogo, 15, Jhonata Ventura, também de 15 anos, seguem internados — o último, em estado grave.

Durante o dia, amigos e parentes de jogadores e funcionários do Ninho do Urubu e torcedores fizeram uma vigília e prestaram homenagens. A bandeira do Flamengo, em local de destaque na frente da entrada do centro de treinamento, foi hasteada a meio mastro já no meio da manhã. Marli Porto, mãe de um atleta do clube que não estava entre as vítimas, foi até lá em busca de informações. Ela lembrou que todos os garotos compartilham um sonho em comum, de se tornarem atletas do Flamengo. “É um sonho muito forte de todos eles; ficam longe da família, lutam com muita garra para estar aqui e conquistar esse sonho”, contou.

Inquérito
A diretoria do Flamengo passou o dia reunida na sede oficial do clube, na Gávea (zona sul), onde foi organizado um gabinete de crise para tomar decisões quanto ao episódio. Enquanto isso, 13 atletas das categorias de base do Flamengo e três funcionários do clube foram ouvidos pela Polícia Civil do Rio ontem, no inquérito que apura a responsabilidade pelo incêndio que atingiu o CT do rubro-negro. Todos os atletas estavam no alojamento quando o incêndio ocorreu. A 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) requisitou ao Flamengo as imagens de câmeras de segurança e solicitou ao Corpo de Bombeiros e à Prefeitura do Rio a documentação referente ao funcionamento do CT. A Polícia Civil não se manifestou oficialmente sobre as prováveis causas do incêndio, mas a principal suspeita é de que tenha havido um curto-circuito em algum aparelho de ar-condicionado.

O Ministério Público do Trabalho criou uma força-tarefa para apurar responsabilidades pelo incêndio. Em nota, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro afirmou que o local do incêndio está na mira desde 2015. No documento, diz que “as precárias condições oferecidas pelo Clube de Regatas do Flamengo a seus atletas são inferiores até mesmo àquelas ofertadas aos adolescentes que cumprem medida socioeducativa de semiliberdade em unidades do Departamento Geral de Ações Educativas (Degase), o que revela o absurdo da situação”. Apesar disso, nenhuma medida foi tomada.

Em outro questionamento, a Prefeitura do Rio afirmou que o clube não tinha permissão do governo municipal para manter o alojamento naquele espaço. “No projeto protocolado, a área está descrita como um estacionamento”, afirma, em nota, o órgão. A nova licença tem validade até 8 de março e, segundo o município, “não há registros de novo pedido de licenciamento da área para uso como dormitórios”. O Flamengo afirmou que o alojamento seria desativado e os atletas seriam deslocados para outros quartos nas próximas semanas. Por fim, o Corpo de Bombeiros afirmou que o local não possuía o Certificado de Aprovação (CA). “Importante esclarecer que a não existência do CA não significa, por si só, que o local não possuía os dispositivos, e sim que não era aprovado pelo CBMERJ”, ressaltou a corporação.
 
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