“Quem vai ser responsável pela fiscalização do trabalho infantil com a extinção do Ministério do Trabalho?”, foi a pergunta do dia. Ao noticiá-la, pintou a dúvida. Por que fiscalização se escreve com z, não com s? Pela mesma razão que civilizar, organizar, catequizar & cia. É que o sufixo isar não existe. Se não existe, como explicar paralisar, analisar, pesquisar? A chave da resposta se encontra no nome que dá origem ao verbo.
Vale o exemplo de analisar. Ele é derivado de análise. Ora, se análise tem s no radical, nada mais justo que ele se mantenha no verbo. É o caso de bis (bisar), catálise (catalisar), pesquisa (pesquisar), liso (alisar), improviso (improvisar). Reparou? O is faz parte da palavra primitiva. O verbo se formou com o acréscimo do sufixo -ar.
A família das ilustres criaturas rezam pela mesma cartilha: análise, analisar, analisado, analisador; paralisia, paralisar, paralisante, paralisado, paralisação; pesquisa, pesquisar, pesquisador, pesquisado; catálise, catalisador, catalisante, catalisado; improviso, improvisar, improvisação, improvisado, improvisador. E por aí vai.
Como explicar a presença do -izar em amenizar, capitalizar, humanizar e simbolizar etc. e tal? Os coitados não têm o s onde o sufixo -ar possa se agarrar. Precisam de uma ponte. Construíram o iz, que se mantém nos derivados: ameno (amenizar, amenização), capital (capitalizar, capitalização, capitalizado), humano (humanizar, humanização, desumanizado), canal (canalizar, canalizado).
Alguns são privilegiados. Têm o z no radical. Nada mais justo que respeitar a família. É o caso de cicatriz (cicatrizar, cicatrização), deslize (deslizar), juízo (ajuizar, ajuizado), cicatriz (cicatrizar, cicatrização), raiz (enraizar, enraizado).
Moral da história: a grafia -isar e -izar é questão de família.