Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo domingo, 07 de março de 2021

FINJA ESTAR NA RIVIERA MAIA, NO MEXICO, SEM SAIR DE CASA

 

Finja estar na Riviera Maia, no México, sem sair de casa

Região se estende do sul de Cancún a Tulum
 
Culinária mexicana Foto: BRETT GUNDLOCK / NYT
Culinária mexicana Foto: BRETT GUNDLOCK / NYT
 
 

Conhecido como Riviera Maia, o trecho que se estende do sul de Cancún a Tulum é um destino de férias eternamente popular, atraindo legiões de fãs para suas praias de areia branquíssima. Atualmente, as aglomerações não são seguras, é claro, mas com um pouquinho de imaginação dá para mergulhar na cultura e na culinária da região em casa mesmo.

Como tanta gente que visitou a área pela primeira vez quando ela era mais sossegada e menos disputada, fiquei fascinada não só com a beleza natural – a selva luxuriante, as cavidades naturais, cheias de água azul-turquesa e verde, chamadas cenotes, que, segundo os maias, eram pórticos para o mundo subterrâneo –, mas também com os traços remanescentes de uma sociedade de milhares de anos. Essa foi a Riviera Maia que me chamou imediatamente a atenção, o portal costeiro para uma grande civilização que ergueu pirâmides por toda a Mesoamérica, registrou os movimentos da lua, deu ao mundo uma escrita hieroglífica impressionante e deixou um legado de mitos cativantes. E, por acaso, esses aspectos perenes da cultura são perfeitos para ser explorados de casa.

Dulçor e ardor na cozinha

Um dos pratos mais famosos da região é a cochinita pibil, ou leitão assado no fogo de chão, ao qual a série da Netflix "Taco Chronicles" dedica um episódio inteiro. Não tem espaço para isso? Não se desespere. Uma panela pesada com tampa levada ao forno tem o mesmo efeito, como ensinam Maricel E. Presilla, historiadora culinária e chef, e Diana Kennedy, autora de livros de receita como "The Essential Cuisines of Mexico", que passou décadas estudando os estilos culinários mexicanos e recebeu a Ordem da Águia Asteca do governo federal no caderno de receitas do "The New York Times". Mesmo que cozinhar não seja sua praia, o documentário "Diana Kennedy: Nothing Fancy", sobre a vida da escritora no México, talvez seja, já que funciona como um tipo de meditação sobre a descoberta do trabalho da sua vida.

 
 
Tulum, México Foto: ADRIANA ZEHBRAUSKAS / NYT
Tulum, México Foto: ADRIANA ZEHBRAUSKAS / NYT

Compre o livro da chef Margarita Carrillo Arronte, "Mexico: The Cookbook", para viajar na história culinária do país em mais de 650 receitas, incluindo carne de porco em fogo lento e outras delícias típicas da Península de Yucatán.

Pesquisando outros pratos maias além do cochinita pibil para um artigo para o "The New York Times" em 2012, o jornalista e escritor de livros de receitas Mark Bittman visitou a região, onde os donos de restaurante o ensinaram a preparar tamales, tortillas, salsa e huevos en torta. Bittman pediu para fazer polkanes, que descreveu como "a versão maia do hushpuppy" (versão salgada do bolinho de chuva, feito com fubá). Dá para resistir?

Para mais receitas e histórias inspiradas pela região, vá de "Yucatán: Recipes From a Culinary Expedition", do chef David Sterling.

Sirva-se de um copo de chocolate

Os antigos maias eram mestres em transformar o cacau em uma bebida espumante; a receita de um antropólogo para a "Smithsonian Magazine" pede cacau em pó temperado com pimenta poblano ou habanero.

Aproveitando que você está com a mão na massa, experimente também o Xtabentún, licor de anis, mel fermentado e rum que pode ter sido inspirado no Balché, bebida que os maias consumiam nos cerimoniais, como explica a revista "Yucatán Today". As receitas da "Food & Wine" inspiradas vão ajudá-lo a se tornar um bartender de mão cheia.

 

Dance aos sons mexicanos

Acrescente à sua playlist de quarentena as músicas de Lila Downs, ganhadora do Grammy que canta em espanhol, inglês e línguas indígenas como maia, zapoteca e mixteca. "A artista, que já nos revelou que sua mãe é mixteca, possui vozes múltiplas, explorando do quase falsete ao alto, passando por um contralto emotivo e sensual", escreve Jon Pareles, crítico de música pop do "The New York Times". A participação dela no NPR Music Tiny Desk Concert terá o poder de acabar com suas esperanças de trabalhar – mas certamente fará você se levantar e dançar.

México Foto: ADRIANA ZEHBRAUSKAS / NYT
México Foto: ADRIANA ZEHBRAUSKAS / NYT

Para manter o ritmo, ouça Folkloristas, grupo que Pareles uma vez descreveu como "preservacionistas animados". Sua música tradicional tem raízes em várias regiões do México. A sorte é que você pode ouvir os álbuns deles onde estiver, e conferir suas apresentações no YouTube.

Embarque em uma aventura épica – no sofá

Comece com o Popol Vuh, o mito maia da criação. A tradução em versos de Michael Bazzett entrou para a lista de melhores livros de poesia do "The New York Times" em 2018.

Ou acompanhe a jornada do Yucatán ao submundo descrita em "Gods of Jade and Shadow", de Silvia Moreno-Garcia, que conta a história de uma jovem que abre uma caixa de madeira e sem querer liberta o espírito do deus maia da morte.

Para as crianças, "Rise of the Halfling King: Tales of the Feathered Serpent, Vol. 1", escrito por David Bowles e ilustrado por Charlene Bowles, é um romance gráfico cheio de magia que conta a história de um garoto da mitologia maia.

Mas, antes das HQs modernas, havia os hieróglifos. O antropólogo de Yale e decifrador de códigos Michael D. Coe teve um papel importantíssimo na autenticação e na tradução de um documento descoberto em uma caverna mexicana, hoje considerado o manuscrito mais antigo existente nas Américas, como descreveu o "The New York Times". Para saber mais, mergulhe em "Breaking the Maya Code".

Aprofunde-se na história antiga

Não só na Riviera Maia como em suas imediações há ruínas impressionantes, como as de Cobá, Tulum e Chichén Itzá, que em 2007 foi eleita uma das "novas Sete Maravilhas do Mundo" (das originais, só restaram as pirâmides), cujos monumentos "estão indiscutivelmente entre as obras-primas da arquitetura mesoamericana", como descreve a Unesco. Você queria vê-los? Não tem problema – basta fazer um passeio virtual por lá com o vídeo "New Seven Wonders in 360" do "The New York Times". Além disso, você pode explorar outros sítios no clássico de John Lloyd Stephens, "Incidentes de Viagem na América Central, Chiapas e Yucatán", publicado pela primeira vez nos idos de 1840.

 
 

Mergulhe sem se molhar

A ampla Reserva da Biosfera Sian Ka'na, perto de Tulum, também é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, com florestas tropicais que abrigam espécies vulneráveis e ameaçadas de extinção como o macaco-aranha-de-Geoffroy, o bugio Alouatta pigra e a anta de Baird. A partir do laptop, é muito fácil chegar lá: descubra as águas com o peixe-boi-marinho e as tartarugas marinhas no site da Unesco, e mergulhe nos cenotes azuis de Sian Ka'an em um vídeo de outro mundo.

"Dos tubarões perto da Playa del Carmen aos recifes perto de Tulum, a região toda é o sonho de qualquer mergulhador", elogia Oscar Lopez, assistente na filial do "The New York Times" na Cidade do México, onde nasceu. Ele já mergulhou em diversos pontos do planeta, mas a Riviera Maia continua sendo um de seus favoritos. "E isso é só no mar; no interior dá para ir fundo também, descendo pelos cenotes para explorar um dos maiores sistemas fluviais subterrâneos do mundo, nadando entre as estalactites ou flutuando tranquilo em uma nuvem de sulfeto de hidrogênio para depois subir à superfície e voltar caminhando pela floresta."

Seja um astrônomo de quintal

Os antigos maias se destacaram na astronomia e na matemática. Já você pode descobrir seus conhecimentos sobre o Sol e as estações com games e vídeos do site "Living Maya Time", do Museu Nacional do Índio Americano do Instituto Smithsonian.

 
 

Relaxe com um podcast

Ajeite-se na rede ou se espalhe em uma poltrona confortável, imagine-se no litoral caribenho e ouça antropólogos e arqueólogos mergulhando na história no "The Maya Civilization". Quem foi o povo que construiu as grandes cidades, hoje em ruínas, que os visitantes não se cansam de admirar? Descubra a resposta em um episódio do programa "In Our Time", da BBC Radio 4.


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