FIM DE UM POEMA
Luís Edmundo
Termina a nossa história aqui neste soneto.
Senhora, o meu amor tinha a expressão sincera
Que os corações abala e as almas dilacera,
E não fostes Ofélia e hoje eu sou como Hamleto.
Esquecer vossa graça e o vosso amor prometo;
Que eu sinto dentro em mim esse poder que gera
As firmes convicções, ó flor da primavera,
De lábio cor-de-rosa e de cabelo preto!
Punge-me, é certo, a dor que inda em vossa alma existe,
Que também eu não sou um satã de maldade
Para rir da expressão do vosso olhar tão triste!
Mas, enfim, é a razão, e eu me curvo e submeto...
E, crede, deste amor só me resta a saudade.
Termina a nossa história aqui neste soneto.