Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sábado, 17 de setembro de 2022

FIGURINHAS DA COPA: CONHEÇA PEDRO MARON, UM JOVEM CEGO QUE FEZ UM ÁLBUM ADAPTADO EM BRAILLE

 

Conheça Pedro Maron, um jovem cego que fez um álbum de figurinhas da Copa adaptado em Braille

 

Lucas Figueiredo/CBF

 

História do garoto de 11 anos ganhou repercussão nas redes sociais e sensibilizou a editora Panini, que irá produzir edições do livro ilustrado com acessibilidade

 

O álbum da Copa do Mundo do Catar 2022 é, para muitos, um primeiro contato com o esporte e com o mundo do futebol. Para as crianças, é um atrativo a mais conhecer os jogadores das 32 equipes, os países e os estádios da principal competição do mundo. Entretanto, o formato do livro ilustrado que conhecemos hoje não é inclusivo a todos os grupos de crianças.

Pedro Maron, de 11 anos, é cego de nascença - a amaurose congênita de leber (ACL), uma doença rara, sem tratamento para a variável dele e a mais severa distrofia da retina. Assim como todas as crianças da sua idade, tinha o desejo de colecionar o álbum da Copa e trocar e entrar na brincadeira. Em 2018, seu pai, Marcos Barreto, de 41 anos, conta ao Estadão que sua família passou a adaptar a coleção, à sua maneira, com as necessidades de acessibilidade das quais o jovem necessita.

“Ele chegou um dia da escola perguntando de poderia, se tinha como colecionar o álbum” - à época Pedro tinha sete anos - “‘todos os meus colegas estão fazendo’, posso também?”, relata Marcos. Ele agradece à sua mulher, Tatiana Maron, mãe de Pedro, que participou diretamente nessa criação. “Ela foi muito criativa”.

Em agosto, quando o álbum de figurinhas do Catar foi lançado pela editora Panini, o jovem já sabia de todas as informações necessárias: data de lançamento, número de cromos e, acima de tudo, sabia que iria colecionar seu segundo álbum. A história de Pedro repercutiu nas redes sociais neste ano. Em vídeos e em seu perfil no Instagram - que é administrado por sua família -, o jovem mostra sua rotina para colecionar e completar o álbum.

As páginas, espaços para colar os cromos e informações dos atletas são adaptadas para a linguagem em braille, por meio de uma máquina capaz de escrever nesse formato. Ele tem auxílio de sua mãe para a adaptação do álbum - colar adesivos, recortar e delimitar os espaços para as figurinhas. Dessa forma, Pedrinho entra na brincadeira.

“Ele participou efetivamente da criação do álbum”, conta Barreto. “Ele digita em uma máquina própria para escrever em braille (Perkins) e nós colamos, nos espaços das figurinhas e nas páginas, os adesivos para que ele possa se encontrar no álbum”.

A repercussão da sua história e do trabalho dos seus pais ganhou a mídia e atenção das entidades. Na última convocação de Tite, Pedro esteve presente, conhecendo o treinador da seleção brasileira e a Rainha Marta. Além disso, a Panini, que produz e distribui o álbum no País, tomou conhecimento da história do menino e iniciou a criação de edições oficiais e adaptadas em braille.

O garoto Pedro Maron com Marta, durante evento na CBF
O garoto Pedro Maron com Marta, durante evento na CBF Foto: Lucas Figueiredo/CBF

“Ele gosta de interagir nas redes sociais, com os amigos na escola e de gravar vídeos. Enquanto ele está feliz, nós também estamos”, conta seu pai. Carolina Motta, diretora de marketing da editora, afirmou que a história de Pedro fez com que a Panini pensasse em alternativas para a acessibilidade nos álbuns, uma falha corrigida de anos. “A Panini está com um processo muito legal de inclusão, para esse e os próximos álbuns”, afirmou, durante visita que Pedro fez à fábrica da empresa, ao lado de sua família. Toda a história foi compartilhada em seu Instagram pessoal.

Tatiana Maron, mãe de Pedro, contou à Panini as necessidades de seu filho durante a coleção. “Nós colocamos adesivos, que marcam o número da figurinha, mas ele (Pedro) não sabe a posição certa”. Em conversa com a editora, os pais apresentaram a proposta de que os cromos tivessem um corte nas “pontinhas”, para que quem fosse cego soubesse a posição exata para colar o cromo.

A vontade do jovem em colecionar as figurinhas começou em 2018, após ver seus amigos na escola colecionando - que somente foi possível com as adaptações em seu álbum. Após a visita, Pedro ganhou um álbum, feito de acordo com suas necessidades e que será fabricado pela Panini a partir de agora. Em braille estão todas as informações, curiosidades e número de cromos.

“A Panini nos contatou, dizendo que queriam fazer um álbum especial para Pedro”, diz Barreto. “Além disso, pedimos para que essa edição não fosse feita apenas para nós, porque muita crianças também querem colecionar e, por não existir essa versão em braille, não o fazem”. Segundo ele, a marca se comprometeu a, nos próximos anos, lançar junto com todos os seus álbuns (Copa do Mundo, Campeonato Brasileiro, Champions League etc) uma versão adaptada em braille.

Em suas redes sociais, seus pais compartilharam o primeiro contato de Pedro com essa versão atualizada, traduzida 100% em braille. Seu registro, lendo pela primeira vez as informações do álbum, é emocionante. Procurada pela reportagem do Estadão, a Panini não deu detalhes sobre a fabricação ou distribuição do álbuns em Braille. “Por enquanto, não temos nenhum posicionamento oficial a respeito, mas devemos ter novidades em breve”, informou a assessoria da marca. Uma divulgação a respeito do tema deve ser feita em breve, com todos os detalhes.


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