Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 10 de junho de 2020

FESTIVAL DE CINEMA CONFIRMADO!

Jornal Impresso

Festival de Cinema confirmado!
 
Após anúncio de cancelamento do 53º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, GDF recua e anuncia evento

 

» Geovana Melo*
» Lucas Batista*

Publicação: 10/06/2020 04:00

 

 (Matheus Dantas/CB/D.A Press)  

 

 

O 53° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (FBCB) teve a realização ameaçada este ano, com o anúncio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, de que não havia recursos para o evento. O evento, criado em 1965, só não foi realizado de 1972 a 1974, durante a ditadura militar. Segundo o secretário de Cultura, , Bartolomeu Rodrigues, a verba destinada ao festival foi contingenciada pela Secretaria de Economia em decorrência do impacto da crise provocada pelo novo coronavírus. No entanto, ontem, o governador Ibaneis Rocha prometeu liberar recursos para a realização do evento.

 Ao que tudo indica, o plano inicial do festival será cumprido, ou seja, será realizado de forma remota, com exibição dos filmes no Cine Drive-in e em plataformas on-lines, como streaming. O Correio entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Cultura e, até o fechamento desta edição, não houve qualquer atualização sobre o projeto. Bartolomeu Rodrigues deve se pronunciar em breve acerca da dinâmica do evento.

 

Thiago Foresti é diretor do curta-metragem Escola sem sentido que, na edição 2019 do festival abocanhou três estatuetas: melhor ator para Wellington Abreu, melhor curta-metragem pelo júri oficial e, também, pelo júri popular, além do troféu Saruê, prêmio concedido pelo Correio ao melhor momento do evento. O cineasta pontuou que um dos festivais mais antigos do país é referência para o cinema nacional. “Cultura é importante e urgente demais para a sociedade, por isso precisa se adaptar para servir a população neste momento de crise. Milhões de mentes e corações desamparados precisam explorar e lidar com sentimentos em meio à tragédia. A arte pode ajudar”, afirma Foresti.

 “Precisaremos cada vez mais de produções como o Escola sem Sentido, feito coletivamente em 2019. Temos que nos acostumar a fazer coisas com baixo custo e financiamentos alternativos. Não é hora de parar de produzir. Será mais difícil e penoso, mas ganham os artistas que não abandonarem o público neste momento”, pontua o cineasta brasiliense.

A 52ª edição também foi recompensadora para a diretora Glória Teixeira. Ano passado, o longa Dulcina rendeu os prêmios de melhor longa-metragem tanto do júri técnico quanto do popular; melhor atriz e melhor direção de arte. Para a cineasta, a decisão pelo cancelamento foi equivocada, mas está feliz com a volta do festival. “O Festival de Brasília é, se não o maior, um dos grandes eventos que ocorrem na capital federal. Mantê-lo não importa somente aos artistas da cidade e do país, mas aos amantes do cinema, comerciantes, rede de hotelaria, transportes aéreos terrestres, além, claro, à sociedade. Trata-se da história de Brasília e do cinema brasileiro. Por isso, parabenizo o governador por essa decisão e, se for o caso, tenho certeza que a classe artística estará à disposição para ajudar a reformular o modelo da edição de 2020”, ressalta Glória.

 A cineasta acredita que realizar a exibição em um drive-in poderia ser uma opção, como anteriormente anunciado pelo secretário de Cultura e Economia Criativa do DF. “É possível que, em novembro, ainda não possamos estar reunidos. Entendemos que teremos de modificar o formato do evento. Até o momento, precisamos pensar em mudança de época, pois não seria adequado que ocorresse em período chuvoso. Quanto aos locais, as opções que vejo são o Cine Drive-in, que, felizmente, está maravilhoso, muito bem cuidado e creio que ávido por essa oportunidade. Lá, é possível manter o distanciamento, é ao ar livre, numa belíssima arena em local amplo, ou o estacionamento do Ginásio Nilson Nelson, sob o céu mais lindo, que é o nosso”, ressalta.

 Vantagens

 A realização do festival de cinema à distância, por meio de uma rede on-line, além de evitar a disseminação da covid-19, possibilita que mais pessoas tenham acesso ao conteúdo produzido pelos cineastas. A plataforma permite que os longas e curtas-metragens sejam assistidos em todo o Brasil.

 O cineasta Bruno Victor marcou presença no Festival de Cinema de Brasília em 2017, com o documentário Afronte, uma coprodução com Marcus Azevedo. Para ele, o evento é uma das maiores e mais tradicionais janelas do audiovisual nacional, seja pelo caráter político ou pelos inúmeros filmes premiados mundialmente que tiveram passagem marcada pelo Cine Brasília. Além disso, muitas produções ganham projeções nacionais e internacionais ao passar pela capital, incluindo o próprio Afronte.

“O festival se consolida como ponto de debate sobre as construções que o audiovisual se propõe como política pública e reflexão da sociedade brasileira. É muito importante enfatizar que a existência do evento é uma ponte entre realizadores e público. Assim, é um equipamento que contempla a indústria audiovisual e a comunidade, observando a descentralização do evento que ocorreu em 2018, com exibições e oficinas em variadas regiões administrativas do DF, democratizando o acesso. Além disso, foi onde se criou o Prêmio Zózimo Bubul, fruto da articulação da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) e do Centro Afro Carioca de Cinema, para o reconhecimento e valorização das produções estéticas de realizadores negros considerando critérios entre narrativa e aspectos técnico-formais dos modos de produção cinematográfica”, relembra Bruno.

 O diretor e roteirista Pedro Jorge defende um valor fixo para a preparação do festival no orçamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. “O principal objetivo do registro do FBCB é que o custo da preparação faça parte, obrigatoriamente, do orçamento da Secec. Vejam que se refere a orçamento da preparação, pois, para a realização do festival, contamos com os patrocinadores, que não têm interesse na preparação, porque não há divulgação nessa etapa. Além disso, os custos de preparação podem ser mais constantes pelos próprios itens que compõem esta etapa”, diz.

 História

 O cineasta Vladimir Carvalho experimentou de quase um tudo com o Festival de Brasília. O documentarista sofreu censura federal com o filme O país de São Saruê, retirado do evento em 1971. Também conquistou prêmios, como no clássico Conterrâneos velhos de guerra, melhor filme em 1990. “Eu tenho uma relação de muito amor e dedicação com o festival. Em 1969, assisti pela primeira vez ao evento, e, de imediato, percebi que é muito importante do ponto de vista da cultura, porque é um bem inalienável”, conta.

 De acordo com Vladimir, a ideia de cancelar a 53ª edição tinha sido um ato impensado. “Parecem não entender a importância para a cultura brasileira. Se o governador enxergou essa falha, é um motivo para nos regozijarmos porque garantiu a realização. O FBCB tem uma função educativa: a plateia de brasília é muito esperta, crítica, autônoma, que sabe aplaudir e criticar. Estou muito feliz porque realizaremos o evento”, afirma.

 O documentarista ainda tem esperanças que a festividade ocorra normalmente, mas, caso não seja possível, vê com bons olhos a opção pelo Cine Drive-in. “O Festival de Brasília costuma ser realizado no mês de novembro, portanto, é bastante distante. Até lá, espero que já tenhamos superado essa questão do isolamento, e não podemos descartar a possibilidade de fazermos normalmente. Se a doença não passar, aí sim precisamos pensar em outra alternativa. Se não for possível ocorrer da mesma forma, modificaremos, ninguém criticará isso por causa da pandemia. O Drive-in é uma alternativa boa para se enquadrar nesses tempos, mas eu insisto que essa data é provável que possamos realizá-lo como sempre acontece”, conclui.

 *Estagiários sob supervisão de Igor Silveira 

 


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