08 de maio de 2020 | 05h00
Cinéfilo de carteirinha ama o cinema francês, por tudo o que representa. O cinema surgiu na França, com os Lumière, ganhou estatura com Georges Méliès, gestou o realismo poético, a nouvelle vague, foi sempre sinônimo de intelecto, experimentalismo e erotismo. Em tempos de pandemia, o que não falta é filme francês para ver em casa. A par dos títulos que a Imovision tem colocado à venda e os disponíveis no Belas Artes a la Carte, duas promoções específicas não só garantem a diversidade do acesso a filmes franceses desde a sua casa, como garantem também a economia, porque são gratuitas.
Organizadora do evento, Emmanuelle Boudier explica: “Como o festival foi adiado, não queríamos deixar que nosso querido público ficasse sem ver filmes franceses. Então, pensamos nessa ação solidária, que disponibilizasse filmes para serem vistos em casa. Assim, buscamos 50 títulos de festivais anteriores para ocupar esse vazio. E nesse momento em que muitas pessoas estão com dificuldades financeiras, oferecer filmes de graça é uma forma de passar essa hora difícil.”
No MyFrenchFilmFestival, os filmes estão divididos por grupos – Assunto de Família, Amor e Sentimentos, Retratos de Homens, de Mulheres, Espírito Adolescente, Cantinho das Crianças – para facilitar a busca. Cada faixa de público, e não necessariamente, por idade, sabe o que procurar e onde. Nos extremos, podem-se citar a animação infantil O Tigre sem Listras, de Raúl Robin Morales Reyes, sobre um tigrinho sem listras que sai pelo mundo atrás delas; e o adulto Sauvage (Selvagem), de Camille Vidal-Naquet, com Félix Maritaud como Léo, de 22 anos, que se prostitui numa espiral (auto)destrutiva. É muito forte.