Numa medida de valorização das produções artísticas em regiões administrativas da capital do país, que estão fora do circuito abastado, a FBAC investiu numa parceria com o Correio batizada de Projeto Radar. Apresentar projetos curatoriais, num estande repleto de novidades artísticas de três galerias serve de meta. A Pilastra (Guará), Risofloras (Ceilândia Norte) e RAXIV (São Sebastião) foram os núcleos valorizados pela ação.
Rayane demonstra o entusiasmo de artistas que, primeira vez, participarão de uma feira de arte. "Talvez, um deles venda um produto artístico, e pela primeira vez. Vai ganhar uma renda, por estar produzindo. A feira trará o engajamento, o incentivo e indicativo de novas oportunidades", simplifica.
Inicialmente reunidos no Setor de Oficinas (QE 40, Guará 2), na promoção de estúdios, vivências e saraus, os artistas experimentaram a construção de redes profissionais formadas ainda por curadores, produtores culturais e técnicos. "Misturamos as realidades, para intercâmbio e fortalecimento. Lidamos com artistas nem sempre iniciantes, nem sempre periféricos", observa Gisele Lima.
Nessa levada, haverá mescla de artistas com relativa projeção, como Suyan de Matos (envolvida em criações têxteis, pinturas e bordados), vista como "uma artista, mentora, negra e referencial", junto a artistas a caminho da popularidade, casos de Isabele Prado e de Wendela Alves (ambas artistas da fotografia) e Ayô, produtora de desenho mural, arte em tecido e pinturas.
Localizada em frente ao Campo Central e movida por ideais de liberdade e acessibilidade, a RAXIV Galeria traz a difusão, produção e promoção da arte e cultura periférica, fomento do registro e pesquisa da história de São Sebastião. Sob diretoria artística de Ricardo Caldeira, um grupo de artistas residentes contempla a curadora Dani Dumoulin.
FRASE
"Apostamos na gama vasta de minorias, entre os quais negros, criadores LGBTQIA+, deficientes e encampamos um pioneirismo, com a representação de artistas trans"
Gisele Lima, curadora e produtora cultural