Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sábado, 24 de agosto de 2019

FED, JUROS E O JOGO DE TRUMP

 

Fed, juros e o jogo de Trump

Uma nova queda de juros nos EUA será boa para o Brasil. Com dinheiro acessível, ficará mais fácil atravessar com menor turbulência as próximas etapas do ajuste

Notas e Informações, O Estado de S.Paulo

24 de agosto de 2019 | 03h00

A expectativa de novo corte dos juros foi reforçada quando o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) se referiu a “riscos significativos” associados ao comércio internacional e à economia global, já em desaceleração. O presidente Donald Trump, no entanto, cobra mais do Fed e ainda perguntou, também ontem, se o maior inimigo do país seria o presidente chinês, Xi Jinping, ou Jerome Powell.

Também se espera um afrouxamento da política do Banco Central Europeu (BCE), já muito suave. Além de criar melhores condições de financiamento, a ação das duas mais importantes autoridades monetárias do mundo capitalista poderá atenuar, nos próximos meses, o risco de uma queda maior da atividade econômica.

 Os juros básicos poderão cair 0,25 ponto porcentual em setembro, nos Estados Unidos, recuando da faixa de 2% a 2,25% para o intervalo de 1,75% a 2%, se as previsões mais comuns estiverem certas.

A economia americana tem crescido e o desemprego é baixo, mas há sinais de menor atividade industrial e de redução do investimento produtivo. A inflação, ainda muito baixa, aproxima-se da meta de 2% ao ano. Embora o quadro geral ainda seja satisfatório, o cenário poderá piorar se houver uma nova intensificação do conflito comercial entre China e Estados Unidos.

O presidente Donald Trump prometeu novas medidas contra importações de produtos chineses, como resposta à anunciada imposição de maiores tarifas a US$ 75 bilhões de bens americanos por Pequim. As tensões entre as duas maiores economias dominaram os mercados no último pregão da semana. No Brasil, a bolsa de valores caiu, acompanhando o movimento internacional, e o dólar subiu, como em todo o mundo, atingindo R$ 4,13 no meio da tarde.

Jerome Powell vive uma situação particularmente difícil, pressionado e criticado publicamente, e com palavras cada vez mais duras, pelo presidente americano, Donald Trump, responsável por sua indicação para o Fed e que se mostra decepcionado e até indignado, como se o presidente do Fed lhe devesse fidelidade, talvez gratidão e certamente obediência.

Dirigentes do banco central dos Estados Unidos, no entanto, têm por lei autonomia operacional e mandato maior que o do presidente da República. O presidente da instituição só tem de prestar contas, periódica e publicamente, ao Congresso.

Em discurso no encontro anual de bancos centrais em Jackson Hole, Powell lembrou enfaticamente a função legal do Fed: favorecer a obtenção do maior nível de emprego compatível com a estabilidade monetária, vinculada a uma política de metas para os preços. A função vem sendo cumprida e o duplo objetivo tem de continuar guiando a política.

Não é papel do Fed, observou Powell, cuidar de comércio, atribuição do Congresso e do Executivo. Foi uma resposta indireta a Trump. Este vem acusando o governo chinês de depreciar o yuan para tornar os produtos da China mais baratos. Juros menores – este é um argumento implícito – poderiam facilitar a depreciação do dólar e ajudar as empresas americanas. Powell acenou, no entanto, com a possibilidade de ação mais firme do Fed se o emprego e a atividade ficarem comprometidos.

A autonomia, um dos ativos mais preciosos do Fed e de outros bancos centrais, é um importante fator de credibilidade. O Fed será severamente prejudicado se houver sinais de rendição a Trump.

No Brasil, a autonomia operacional do Banco Central ainda está para ser votada. Se o presidente Jair Bolsonaro de novo se inspirar em Trump, seu guru, poderá atrapalhar seriamente a imagem e o trabalho da autoridade monetária. O Brasil já pagou muito caro por intervenções desse tipo.


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