Criado há mais de 20 anos, o grupo de irmãos paulistas Fat Family foi sucesso absoluto nos anos 1990. Figurinha carimbada em programas de televisão da época, e presença constante nas rádios, o então octeto conquistou o Brasil por meio de um som que unia o pop, o R&B e a música gospel, somado a danças que cativaram públicos de todas as idades, como o conhecido balanço do pescocinho. Após um período longe dos palcos, a banda volta em formato de trio, e desembarca hoje em Brasília para show comemorativo dos 25 anos de carreira.
Os 25 anos do grupo, portanto, se materializaram em uma turnê nacional, forma em que as três encontraram de honrar os ex-membros da banda, Deise em especial. "Eu me emociono em quase todo show, sempre que me lembro da antiga formação do grupo. Sinto muita falta da Deise, minha 'parça', que era como ela me chamava. Vivíamos praticamente grudadas, morávamos juntas, trabalhávamos juntas, estávamos sempre juntas. Ela faz uma falta gigante", lamenta.
Simone garante que o desejo do trio era que todos os irmãos estivessem presentes na turnê. O carinho do público, porém, faz valer a pena o esforço de tocar o trabalho de toda uma vida. "Nos palcos, é acolhedor sentir esse calor humano. A maneira como nos receberam de braços abertos e ver todo esse carinho até hoje com a gente não tem preço", celebra a artista.
Na década de 1990, o grupo foi responsável por subverter diversos padrões de estética que ditavam a indústria da música brasileira até então. "Quebramos algumas barreiras por sermos uma família de irmãos negros e gordos. Pense em sete irmãos gordos, pretos e pobres, totalmente fora dos padrões "normais" da sociedade, andando meio que na contramão do mundo", descreve Simone. "Hoje, vemos uma mudança nesses padrões. É claro que muita coisa ainda precisa ser mudada, mas plantamos uma semente, e, conforme vamos regando, ela irá crescendo cada vez mais", avalia.