Para boa parte da torcida e da crítica, Falcão foi o maior jogador de futsal de todos os tempos. Aos 41 anos, o ala encerra a carreira nesta quinta-feira, defendendo o Sorocaba, contra o Corinthians, na decisão da Liga Paulista de Futsal, na cidade do interior de São Paulo. Uma carreira de 24 anos, iniciada em 1994, que inclui 10 clubes, todos do Brasil, e duas décadas de serviço à seleção brasileira. Com a amarelinha, foi decisivo para a conquista de duas Copas do Mundo: 2008 (Brasil) e 2012 (Tailândia), além da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. Essas glórias fazem parte de sua galeria de mais de 100 títulos.
Paulista, Alexandre Rosa Vieira herdou do pai, João Eli Vieira, o apelido de Falcão. Ele era conhecido pela semelhança física com o ex-jogador Paulo Roberto Falcão, do Internacional e da seleção brasileira e, na época, o filho, que sempre o acompanhava, era chamado de "Falcãozinho". Aos poucos, o astro vinha dando pistas de que a carreira se aproximava do fim. Em 2012, anunciou que se aposentaria da seleção, mas mudou de ideia para disputar o Mundial de Colômbia, o seu quinto, quatro anos depois.
A eliminação precoce, nas oitavas de final, para o Irã, nos pênaltis, teve sabor amargo: foi a pior campanha da história da seleção brasileira na competição. Embora tivesse, aos 39 anos, marcado 10 gols em quatro jogos, o ala canhoto decidiu se aposentar de vez da seleção. No fim da partida, foi ovacionado pelos rivais, que se uniram para levantá-lo em quadra, em um gesto de reverência. Na partida anterior, o camisa 12 marcou quatro gols na vitória por 15 a 3 sobre Moçambique. O feito o transformou no maior artilheiro da história das Copas do Mundo, superando a marca de 43 gols do também brasileiro Manoel Tobias. Terminou a competição com 48. Ao todo, com a camisa do Brasil, foram 401.
O sucesso nas quadras provocou um dos poucos momentos delicados na carreira de Falcão: a tentativa de fazer carreira no futebol de campo. Em 2005, foi contratado pelo São Paulo, onde conquistou o Campeonato Paulista, mas não teve espaço com o técnico Emerson Leão, que não fora consultado para a contratação do jogador e o considerava "atleta do presidente". Com apenas seis jogos oficiais, e só um como titular, decidiu voltar aos ginásios.
Falcão está no Sorocaba desde 2014 e, também no clube, vinha reduzindo seu ritmo. Não era mais titular no time do técnico Ricardinho, que procurava preservar o experiente atleta para os momentos mais decisivos. Na atual temporada da Liga Nacional de Futsal, participou de apenas 11 dos 24 jogos e não marcou gols.