Só Porque Ninguém Ouviu Não Significa Dizer Que Eu Não Disse a Besteira. (Falcão)
Pegando carona na informação trazida a público pelo cronista, poeta, compositor, letrista, violonista e honroso colunista do Jornal da Besta Fubana (JBF), Marcos Mairton, sendo confirmado pelo parceiro e produtor de Falcão Tarcísio Matos, no programa Leruaite da TV Ceará, de que em l991 a revista Rolling Stones, versão brasileira, escolheu o bardo Falcão como segundo melhor compositor do Brasil pelo LP Bonito, Lindo e Joiado, perdendo apenas para “Circuladô de Fulô”, de Caetano Veloso. E em 1992, a mesma publicação, segundo o mesmo colunista, Falcão foi escolhido de novo como segundo melhor compositor do Brasil, com o LP O Dinheiro não é Tudo, Mas é 100%, desta vez perdendo para o LP “Cabeça Dinossauro”, dos Titãs. Aproveito o ensejo para trazer à luz um fato histórico ocorrido aqui no Recife, Venérea Brasileira, quando o brega-cult Falcão, em 1993, amuntado no estrondoso sucesso de “I’m Not Dog No” (versão inglesa macarrônica de “Eu Não Sou Cachorro, Não”), do brega-porrada, Waldick Soriano, esteve no programa Super Manhã, do comunicador da maioria Geraldo Freire, âncora, e o saudoso parceiro, médico e radialista Fernando Freitas, para uma entrevista antológica naquele dia.
Durante aquela entrevista, que foi um estrondoso sucesso de audiência, Geraldo Freire, mais escrachado do que Zé Rola Grande, um gramofoneiro comunitário de Chã de Alegria-PE, dirigindo-se ao brega-cult Falcão, não perdeu a oportunidade e perguntou:
– “Falcão, como é que um LP tão bosta, tão merda como esse teve uma produção tão impecável e é um sucesso de vendas tão da porra?!”
Ao que Falcão, escrachado, gozador, genial e bem humorado como sempre, respondeu na bucha para greia geral dos ouvintes:
– “Para você ver, Geraldo, que até a bosta quando bem produzida, cheira!”
Durante o mesmo programa uma fã perguntou a Falcão se ele havia vertido “Eu Não Sou Cachorro, Não” para aquele inglês macarrônico para se amostrar.
Ácido, sarcástico e bem humorado, Falcão respondeu na bucha:
– Não! Que havia traduzido a obra-prima de Waldick Soriano para o inglês para mostrar aqueles chifrudos que no Brasil há um cantor romântico, compositor e poeta brega melhor do que o espalhafatoso Rod Stewart, do Reino Unido, o maior corno britânico de todos os tempos, só perdendo para o Príncipe Charles, o sujeito de maior mau gosto do mundo, nas palavras precisas do gênio de Taperoá, Ariano Suassuna.
Semana antes da entrevista no Programa Super manhã da Rádio Jornal AM, o Jornal do Commercio publicou uma resenha antológica assinada pelo saudoso jornalista Herbert Fonseca no Caderno C, página inteira: “Um Disco Impagável à Revelia da Mídia”, sobre o LP Bonito, Lindo e Joiado, que infelizmente se encantou antes do tempo previsto pela natureza, via mistério do suicídio injustificável que a ciência até hoje não possui uma resposta plausível para essas tragédias pessoais.
Autor da biografia “Caetano – esse cara”, Editora Revan: 1993, o jornalista Herbert Fonseca não economizou adjetivos para louvar a obra-prima do bardo Falcão que, junto com seu parceiro e comparsa Tarcísio Matos, abalou a estrutura da já capenga MPB com melodias, letras e arranjos cearensês de fazerem inveja ao maestro brega-corno norte-americano Ray Conniff. No mesmo ano, para a felicidade geral da falconete Eva Gina, o hebdomadário, O Papa-Figo, editado por Emanoel Bione e José Telles, colunista musical do Jornal do Commercio, publicou uma entrevista antológica com Falcão caracterizado numa charge cheia de chifres na cabeça: “Uma Entrevista Pra Corno Nenhum Botar Defeito”, onde o bardo cearense responde que “Só é Corno Quem Quer”, título de uma pérola de sua autoria e de Tarcísio Matos, uma das faixas do LP Bonito, Lindo e Joiado. Segundo Falcão na justificativa: “Tratado ontológico do bicho chifre que orna a caixa craniana de seres passionais e impassionais. Tentamos fazer um painel didático com todas as modalidades de cornagem que se tem notícia, bem como suas consequências mais imediatas. O primeiro chifre a gente nunca esquece!”