Alemanha e Hungria entram em campo hoje, às 16h (de Brasília) pelo grupo F da Eurocopa sob forte tensão fora de campo. De um lado, a torcida húngara investigada por comportamentos homofóbicos e supostos cânticos racistas nas arquibancadas. De outro, os alemães tentam protestar como podem contra os adversários e o governo do rival, conhecido pela antipatia à luta dos direitos dos LGBTQ+.
Entenda: Parlamento da Hungria aprova lei que proíbe conteúdos considerados pró-LGBT nas escolas
A história — mais uma de contornos políticos que ultrapassam os gramados na Euro — começa justamente no último dia 15, data da estreia da Hungria na competição contra Portugal (derrota por 3 a 0). Naquele dia, o parlamento do país, governado pelo primeiro-ministro de extrema-direita Viktor Orbán, aprovava uma lei restringindo conteúdos considerados “de promoção à homossexualidade e à mudança de gênero” em escolas do país. Na Puskás Arena, em Budapeste — o único estádio sem restrições de público da Euro —, a torcida da seleção exibia uma faixa com os dizeres “Anti-LMBTQ” (a sigla correspondente ao LGBTQ+ em húngaro). Há denúncias, ainda, de cânticos homofóbicos contra Cristiano Ronaldo e racistas direcionados Mbappé e Pogba, no jogo seguinte, contra a França.
Miriam ressalta que o problema vai além dos húngaros.
— As torcidas de futebol na Europa costumam ser muito nacionalistas e conservadoras. Se você compara a torcida inglesa com os ingleses em geral, é o que há de mais conservador na sociedade — diz, lembrando das vaias da torcida inglesa ao gesto de ajoelhar dos jogadores, na luta contra o racismo.
Classificação
A Alemanha está em segundo do grupo F, com três pontos. Hungria é lanterna, com 1. França (4) e Portugal (3) fazem o outro jogo, no mesmo horário. Ontem, Inglaterra e Croácia avançaram à oitavas. Sterling fez 1 a 0 para os ingleses sobre a República Tcheca, enquanto os croatas dominaram a Escócia: 3 a 1.