Sonia Racy
30 de maio de 2021 | 00h50
Vivendo quase um ano e meio no isolamento consequente da pandemia, os cuidados que devem ser tomados para receber no máximo oito pessoas para jantar, ou como se portar em evento presencial, geram dúvidas. Claudia Matarazzo, autora de 20 livros de etiqueta e comportamento, alerta que refeições comunitárias são foco de contaminação, mas, ciente de que encontros têm ocorrido em diversas casas, dá orientações de como minimizar riscos.
Como receber pessoas para jantar na pandemia?
Fazer a refeição ao ar livre é melhor, numa varanda ou com janelas e portas abertas.
De quantos convidados estamos falando?
Algo entre seis e oito pessoas. Não adianta falar que 20 pessoas é um número seguro. É ilusão. Para diminuir o risco, é preciso convidar menos pessoas.
Como organizar a mesa?
Sente longe e ainda intercale, não coloque alguém bem na frente de outra pessoa. A Graice Suleiman, infectologista do Emílio Ribas, me disse que a distância entre as pessoas sentadas deve ser 1,5 m ou até 1,8m. A mesa tem que ser grande. A minha, por exemplo, cabem 14, o ideal é sentar seis nela, dois nas cabeceiras e quatro no meio e acabou.
Qual é a outra opção?
É fazer serviço americano, senta cada um num canto, perto de janela. As pessoas me perguntam: como faz com o fumante no jantar? Pelo amor de Deus, pede para ele fumar na janela, faz o canto do fumante, coloca o cinzeiro lá. É duro. É surreal.
Na chegada o convidado cumprimenta o anfitrião com a mão?
Não é pra cumprimentar assim. Dá pra traduzir em palavras, sorri, bate palminha, bate o pé, abana as mãos, fala como está feliz em ver a pessoa.
O que fazer com a máscara na hora de comer?
Tem que ter um porta-máscara, tenha na bolsinha. Não a pendure no encosto da cadeira, sobre a mesa nem pensar. O anfitrião pode oferecer uma caixinha para guardar a máscara para o convidado. É preciso ficar com ela até a hora da refeição.
E o aperitivo?
O tempo do aperitivo durava 1h30, o ideal hoje é ser mais curto ou engatar já pra mesa. O evento tem que ser mais objetivo mesmo. Esquece guardanapo de pano, é melhor o de papel que descarta logo fora.
Quais são os outros desafios do que você chamou de etiqueta preventiva?
Então, o desafio é agregar o acolhimento com glamour. Conseguir trazer essa sensação de segurança, que apazigua o coração, na hora de estar com as pessoas. Hoje o acolhimento é promover segurança e conforto emocional para o seu convidado.
É importante cuidar dos vínculos na pandemia?
Sim. Todo mundo se afastou num primeiro momento e agora há muita saudade. Mas mesmo ligação por vídeo entre amigos é muito gostoso porque a gente dá risada, fala besteira, acho importante.
/ PAULA BONELLI