ETERNO AMOR
Virgínia Victorino
Pedro, o grande amoroso, o eterno amante,
Aos pés d’ Inês, sozinho e triste diz:
Fez-me Cruel o muito que te quis,
e acho ainda que não te quis bastante.
Não me viste morrer. Partiste adiante
nem me viste chorar; foste feliz.
Subiste ao céu – formosa flor de liz,
sempre tão perto, embora tão distante!
O leito que te dei não te merece.
Devia tê-lo feito de uma prece,
De saudades, de rendas, ou luar...
Vai-me esperando. – A expiação redime. –
tenho na vida a expiação dum crime.
– O Santíssimo crime de te amar.