Os pronomes demonstrativos são versáteis. Têm três empregos:
1. indicam situação no espaço:
Este: diz que o objeto está perto da pessoa que fala (eu, nós): esta sala (a sala em que a pessoa que fala ou escreve está); este livro (o livro que temos em mão)
Esse: diz que o objeto está perto da pessoa com quem se fala (você, tu): essa sala (a sala onde está a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos)
Aquele: diz que o objeto está longe da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala: aquele quadro (o quadro está longe das duas pessoas)
2. indicam situação no tempo:
Este: tempo presente: esta semana (a semana em curso), este mês (mês em curso), este ano (ano em curso)
Esse / aquele: tempo passado (esse: passado próximo; aquele: passado remoto): Estive em Granada em 1992. Nesse (naquele) ano, visitei toda a Andaluzia.
Eis um nó. Como saber se o passado é próximo ou remoto? Depende de cada um. O tempo é psicológico. Uma hora com dor de dente é uma eternidade. Se for à noite, nem se fala. São duas eternidades.
3. indicam situação no texto (é o caso que oferece maior dificuldade):
Este: exprime referência posterior (anuncia-se o fato que será referido depois): O presidente disse esta frase: “’Nossa política não é fazer de conta que podemos crescer”.
Reparou? A frase é anunciada: “disse esta frase”. Depois, expressa: “Nossa política não é fazer de conta que podemos crescer”.
Veja outro exemplo: O comentarista fez esta pergunta: “Lula, mito ou blefe?” (a pergunta é anunciada: “fez esta pergunta”, depois, formulada).
Esse: referência posterior (o fato é referido antes; depois, retomado):
“Nossa política não é fazer de conta que podemos crescer.” Essa frase foi dita pelo presidente da República.
“Bolsonaro, mito ou blefe?” O artigo que responde a essa pergunta está transcrito na edição de hoje do jornal.
Ao indicar situação no texto, siga este conselho. Na dúvida, use esse. Você tem 90% de chance de acertar.