Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 25 de outubro de 2018

ESTADOS UNIDOS: ATAQUE À DEMOCRACIA

 

Ataque à democracia
 
 
FBI investiga como %u201Cterror doméstico%u201D o envio de pacotes-bomba ao ex-presidente Barack Obama, à ex-secretária Hillary Clinton e a outras lideranças do Partido Democrata. Trump condena incidentes e apela por união. Opositores acusam magnata de dividir a população

 

RODRIGO CRAVEIRO

Publicação: 25/10/2018 04:00

 

Especialista do esquadrão antibombas da polícia de Nova York deixa o complexo Time Warner Center, onde funcionam estúdios da CNN (Timothy A. Clary/AFP



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Especialista do esquadrão antibombas da polícia de Nova York deixa o complexo Time Warner Center, onde funcionam estúdios da CNN

 


Peritos vestidos com trajes especiais, dezenas de policiais nas ruas e medo. A 13 dias das eleições de meio de mandato nos EUA, pacotes-bomba enviados ao ex-presidente Barack Obama, à ex-secretária de Estado Hillary Clinton e a outras personalidades ligadas à oposição — o ex-secretário de Justiça Eric Holder, o ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) John Brennan, a deputada Maxine Waters e o bilionário George Soros — mobilizaram forte aparato de segurança, ampliaram a tensão política e agravaram a polarização entre os democratas e os republicanos. O FBI (a polícia federal americana) confirmou que, apesar de rudimentares, os explosivos eram “funcionais” e não descartou a existência de mais artefatos. 

Os investigadores tratam o caso como “terrorismo doméstico” e acreditam que os incidentes estão interligados. O presidente Donald Trump classificou os atentados de “desprezíveis”, prometeu que não poupará recursos para levar os responsáveis à Justiça e fez um apelo à conciliação. “Nestes tempos, temos que nos unir e enviar uma só mensagem clara e contundente de que os atos de violência política não têm lugar nos Estados Unidos”, declarou. “A segurança do povo americano é minha mais alta e absoluta prioridade.”

O discurso não parece ter sensibilizado os democratas, principais alvos dos ataques, ocorridos entre segunda-feira e ontem (veja o quadro). Por meio de um comunicado conjunto, Nancy Pelosi (líder da minoria na Câmara dos Representantes) e Chuck Schumer (representante da oposição no Senado) acusaram Trump de tolerar atos violentos. “O presidente consentiu com a violência física e dividiu os americanos com suas palavras e com suas ações: ao expressar apoio ao congressista que jogou um repórter no chão; aos neonazistas que mataram uma jovem em Charlottesville; (…) aos ditadores que assassinam seus próprios cidadãos; e ao se referir à imprensa livre como inimiga do povo”, afirmaram.

A onda de envios de pacotes-bomba teve início na segunda-feira, quando um artefato foi encontrado na caixa de correio de Soros, um filantropo liberal que costuma ser criticado pela direita. Na noite de terça-feira, agentes do Serviço Secreto detectaram o dispositivo explosivo, em uma instalação de processamento de correspondências, antes de ele ser encaminhado à residência do casal Hillary e Bill Clinton, em Chappaqua, subúrbio de Nova York. “Estamos bem, graças aos homens e às mulheres do Serviço Secreto, que interceptaram o pacote endereçado a nós muito antes de chegar à nossa casa. Mas é um momento preocupante, não é? E é uma época de profundas divisões, e temos de fazer tudo o que pudermos para unir nosso país”, reagiu Hillary, durante evento em Coral Gables, na Flórida. Um robô foi utilizado para manusear o artefato enviado ao escritório da deputada democrata Debbie Wasserman Schultz, na manhã de ontem. No campo “destinatário” do envelope, estava o nome de Eric Holder, ex-secretário de Justiça dos EUA.

Por volta das 10h10 (11h10 em Brasília), dois apresentadores da CNN foram surpreendidos, no estúdio, pelo alarme contra incêndios, abandonaram o complexo de arranha-céus Time Warner Center e continuaram reportando os fatos da rua, com a ajuda de celulares, em Columbus Circle, na cidade de Nova York. Cerca de 40 minutos antes, os escritórios da emissora tinham recebido uma correspondência contendo um dispositivo explosivo e um pó branco (veja foto). O objeto foi movido por peritos e colocado em uma espécie de caminhão betoneira, a fim de manter a pressão interna em caso de explosão. Pacotes similares foram isolados em uma instalação dos correios de Washington — o destinatário era Obama — e no Capitólio, em nome da deputada.

James O’Neill, comissário da polícia de Nova York, descreveu o pacote-bomba enviado à CNN para John Brennan, ex-agente da CIA, como um “dispositivo explosivo vivo”. Segundo relatos, as bombas caseiras interceptadas pelas autoridades eram pequenas, mas potencialmente letais: um tubo metálico repleto de material explosivo e estilhaços, hermeticamente selado nas extremidades e detonado por um fusível colocado através de uma agulha.

Ódio
Para James Green, historiador da Brown University (em Rhode Island), apesar de o autor dos envios ser desconhecido, trata-se de alguém que vê Clinton, Obama e a CNN como “inimigos”. “A declaração de Trump foi preparada por assessores, e ele se esquecerá do teor em 24 horas. Sua mensagem de ódio e sua capacidade de abastecer o medo são marcas de seu governo”, disse ao Correio. “Não há dúvida de que os incidentes com os pacotes-bomba representam um ataque à democracia.”

Green concorda com as críticas de Pelosi e de Schumer de que o magnata divide os americanos. “Ele incita ódio, medo, xenofobia e racismo, com mentiras e histórias inventadas. É cedo para saber se esses incidentes afetarão as eleições, mas eu suponho que encorajarão as pessoas a irem à urnas e a elegerem os democratas. Eu não ficaria surpreso se a direita começar a sugerir que isso foi um complô organizado pelos democratas para angariar simpatia.”

Clint Van Zandt, ex-agente do FBI especialista em traçar o perfil de criminosos, explicou ao Correio que os alvos foram democratas liberais. “Isso sugere que o responsável pelos explosivos seja um conservador radical”, admitiu. Ao contrário de Green, ele não descarta uma tentativa de culpar republicanos ou o próprio Trump antes das eleições de 6 de novembro.

Emissora divulga a  imagem da bomba

 

 (AFP)  

 

 

A rede de TV CNN divulgou a imagem do pacote-bomba enviado aos escritórios da emissora em Nova York. A correspondência, de cor parda, tinha os nomes da deputada democrata Debbie Wasserman Schultz como remetente e de John Brennan, ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), como destinatário. O envelope teria sido entregue por um mensageiro, e não pelo serviço postal, apesar de conter seis selos com a imagem da bandeira dos Estados Unidos. O dispositivo explosivo tinha o desenho de uma bandeira do Estado Islâmico e um relógio acoplado.

Os destinatários dos explosivos

Quem são as personalidades políticas americanas às quais os pacotes-bombas foram endereçados

 

 

 

 

George Soros
Na segunda-feira, um pacote-bomba foi encontrado na residência do bilionário, financiador de causas liberais e democratas, em Katonah, subúrbio de Nova York.

 

 

 

 

Hillary Clinton
No fim da noite de terça-feira, o Serviço Secreto interceptou o pacote-bomba em Chappaqua, uma área residencial no extremo norte de Nova York. A correspondência tinha a ex-secretária de Estado como destinatária. Ela viajava, mas o marido, ex-presidente Bill Clinton, estava em casa.

 

 

 

 

Barack Obama
Ontem pela manhã, outro pacote, endereçado ao ex-presidente, foi descoberto por agentes do Serviço Secreto em sua residência, em Washington.

 

 

 

 

Eric Holder
Um pacote suspeito chegou ao escritório da congressista democrata Wasserman Schultz, em Sunrise (Flórida). O remetente pretendia enviá-lo, na realidade, para o ex-procurador-geral Eric Holder, mas colocou o endereço errado na correspondência.

 

 

 

 

John Brennan
Na manhã de ontem, um envelope de cor parda contendo o explosivo e um pó branco foi enviado aos estúdios da CNN, em Nova York, endereçado a John Brennan, ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA). O complexo Time Warner Center foi esvaziado, e um caminhão betoneira removeu o dispositivo.

 

 

 

 

Maxine Waters
Um pacote suspeito foi interceptado, ontem, pela Polícia do Capitólio em uma instalação do serviço postal do Congresso. A correspondência tinha como destinatária a deputada democrata.

“Quero dizer que, nestes tempos, temos que nos unir e enviar uma só mensagem clara e contundente de que os atos de violência política não têm lugar nos Estados Unidos”
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos


Eu acho...

 

 (Reprodução de Vídeo)  

 

 

“O primeiro atentado à bomba de alto nível se deu no World Trade Center, em 1993. Mais de 
340 milhões de americanos estão sob ataque. Bombas são fáceis de construir com informações na internet e em sites do Estado Islâmico. É fácil atacar os outros.”

Clint Van Zandt, ex-agente do FBI, especialista em perfil de criminosos


Repercussão
“Obrigado ao Serviço Secreto e a todas as agências de segurança que responderam aos incidentes desta semana. Eles trabalham incansavelmente para manter nosso país e nossa comunidade seguros. Eu sou eternamento grato por seus esforços.”
Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos

“Mais uma vez, somos lembrados do heroísmo dos primeiros socorristas dos EUA, que trabalham para responder a essas tentativas de ataques. A meta dos terroristas é instilar medo. Nós não permitiremos que eles diminuam nosso compromisso com a construção de um futuro mais brilhante para as comunidades em toda a América.”
Nancy Pelosi, líder da oposição democrata na Câmara dos Representantes

“Eu quero derrubar o rancor. Há um padrão político aparente nisso. Pelo bem de todos, presidente, Senado, Congresso, governadores, derrubem a retórica. (…) Não permitiremos que esses bandidos terroristas mudem a maneira como vivemos nossas vidas.”
Andrew Cuomo, governador de Nova York

“O que vimos hoje aqui foi um esforço para aterrorizar. Isso, claramente, é um ato de terror tentando minar nossa imprensa livre e os líderes deste país, por meio de atos de violência.”
Bill de Blasio, prefeito de Nova York

“Ações e ameaças vis e repugnantes contra os americanos e nossas instituições não são tristemente surpreendentes: os atos de ódio seguem o discurso de ódio. É hora de reduzirmos e desligarmos a retórica raivosa.”
Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts

“Um ataque a um americano que seja democrata, republicano ou independente é um ataque à América. O terrorista por trás disso em breve descobrirá que, enquanto um povo livre tem políticas conflitivas, se vocês tentarem matar qualquer um de nós, terão de enfrentar todos nós.”
Marco Rubio, senador republicano pela Flórida

“Nós não podemos tolerar esses ataques covardes, e eu fortemente condendo todos aqueles que escolhem a violência.”
Melania Trump, primeira-dama dos EUA

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