Do tanto que chovia, o dia parecia noite, a manhã da cor do entardecer. Onde se escondia o sol que, preguiçoso, sequer avisou que não viria? Devia estar atrás de uma montanha alta e distante, descansando para os outros porvires que surgirão. A cidade, afogada em tantas poças d’água, nadava nos alagamentos que impediam o povo de chegar a alguns lugares. Barcos não havia. Locomoção, só a nado. Uma barreira cai e destrói uma família inteira. Deslizamentos afligem o povo. Os canais enchem, transbordam e espalham lixo. Quase uma Covid. E os Vereadores, subservientes e em irresponsável procedimento, se reúnem para dar nomes de suas gentes às vias que já tem nomes. Prevalecem suas conveniências políticas e interesses partidários. Esquartejam ruas e avenidas para ter mais gente a bajular, dando-lhes nomes nos vários pedaços em que se transformarão. Para isso foram eleitos? Para o simples ‘prazer’ da bajulação? Será que fazem por merecer os votos que tiveram?
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