Com temporadas canceladas ou adiadas devido à pandemia do coronavírus, grandes companhias de dança não esqueceram de seu público que está em casa. Há toda uma sorte de opções, do balé clássico à dança contemporânea, on-line, com hora marcada ou não. Descubra a sua preferida e aproveite.
Balé Bolshoi
Depois do sucesso de uma primeira rodada de streaming de seus balés e óperas, com mais de três milhões de espectadores em 130 países, o Bolshoi de Moscou programou outra série. No novo grupo que será apresentado até início de maio, destaque para “Spartacus”, com estreia neste sábado. É a mesma irretocável montagem apresentada na última turnê do Bolshoi no Brasil, em 2015, que segue a versão assinada por Yuri Grigorovich, de 1968. A história do gladiador que lidera escravos contra o exército romano ganha toques cinematográficos, dada sua agilidade nos cortes e passagens de cenas, numa referência ao filme de Stanley Kubrick, de 1960, com Kirk Douglas. Cada título tem uma première às 13h do Brasil (19h de Moscou) e, após a exibição, o vídeo fica à disposição por mais 24 horas. Veja aqui.
Royal OperaHouse
O mais tradicional palco de balé e ópera do Reino Unido tem oferecido, em média, um grande espetáculo novo por semana, nas redes sociais, no projeto #OurHouseToYourHouse (algo como “Da nossa casa para a sua casa”). São produções próprias de balé e ópera, que depois da estreia on-line continuam à disposição do público. Amanhã, às 15h (19h na Inglaterra) estreia “Metamorphosis”, trabalho do Royal Ballet de 2011. Criado para o primeiro bailarino Edward Watson, o espetáculo é uma adaptação coreográfica de Arthur Pita para a obra-prima de Franz Kafka, que segue o mesmo tom intenso da escrita original, com uma dança altamente expressionista. Vale uma percorrida cuidadosa pelo canal do Royal Opera House no YouTube, que, além de oferecer as versões integrais de espetáculos, tem registros de ensaios, entrevistas com bailarinos e extratos de cenas de títulos importantes de balé. Um material fascinante. Veja aqui.
Rosas
A companhia belga dirigida pela festejada (e produtiva) coreógrafa Anne Teresa De Keersmaeker está sendo generosa na quarentena. Pelo menos até 30 de abril, há uma série de produções em streaming: espetáculos completos, filmes, documentários e até uma aula Entre os espetáculos, “Rain”, de 2001, tem tanto uma versão gravada em 2016 com a própria companhia belga como um documentário sobre a montagem da peça pelo Balé da Ópera de Paris, em 2011. Veja aqui.
Pina Bausch
A Fundação Pina Bausch disponibilizou a versão recentemente restaurada de “Palermo Palermo”, gravada logo após a sua estreia, em 1989. A obra inaugurou um jeito de fazer dança que se tornou uma das marcas da coreógrafa alemã morta há pouco mais de dez anos: peças criadas a partir de residências em grandes cidades do mundo. A uma dança de muitas nuances psicológicas e boas doses de humor, uniram-se aspectos políticos e econômicos dos países em questão. Veja aqui.
Maguy Marin
Coreógrafa francesa referência para toda uma geração de artistas europeus, Maguy Marin tem, entre suas criações, uma obra-prima incontestável: “May B”, peça de 1981, inspirada em personagens de Samuel Beckett. Uma peça para rever sempre que possível. Veja aqui.
São Paulo Cia de Dança
Dona de um repertório dos mais ecléticos, que vai da dança clássica à contemporânea, o grupo lançou a companha #SPCDdigital, através da qual oferece espetáculos completos. Até o dia 23 de abril, a obra em cartaz é “Inquieto”, criada por Henrique Rodovalho, diretor artístico da Quasar de Goiânia. Para mostrar um outro lado da moeda, a partir de 24 de abril, será a vez de “O espectro da rosa”, inspirado na obra de 1911 de Michel Fokine. Veja aqui.