Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Marcos Mairton - Contos, Crônicas e Cordéis domingo, 28 de outubro de 2018

ESCREVENDO EM ESPANHOL

 

 
ESCREVENDO EM ESPANHOL

Tive a ousadia de participar de um concurso de contos promovido pelo site espanhol Microcuento. Nessa pretensiosa empreitada, fui estimulado por dois motivos.

O primeiro deles foi o desafio de escrever em outro idioma, concorrendo com nativos. Assim, fiz questão de escrever direto no espanhol, ao invés de fazê-lo em português e traduzir depois.

O segundo, o fato de o tema proposto ser muito presente na minha maneira de ver e viver a vida: O AGORA. Ou, como proposto no concurso “vivir con el ahora”.

Como era de se esperar, sequer fiquei entre os finalistas. Mas também não fui desclassificado, o que, para mim, é um tipo de vitória.

E ainda posso compartilhar com meus leitores a ideia do AGORA, de maneira lúdica. Uma parábola, talvez.

Chega de conversa. Segue o texto com o qual participei do concurso, seguido de sua tradução para o português.

Só mais um detalhe: a extensão do texto era limitada a 250 palavras.

EL GATO DE PORCELANA

En un reino imaginario, el rey era un hombre muy sabio y tranquilo, pero se estaba cansando de tantas tareas administrativas. Entonces decidió elegir a un Primer Ministro entre las personas más inteligentes del país.

Después de muchas pruebas de conocimiento, quedaron diez candidatos a quienes el rey propuso un desafío:

– El vencedor será el que me traiga un gato de porcelana.

– ¿Cuándo? – preguntaron en coro algunos competidores.

– ¡Ahora!

Los candidatos se quedaron sorprendidos. Nadie sale de casa con un gato de porcelana en el bolsillo.
El rey mandó que se fueran. Deberían volver al día siguiente para el desempate.

A la hora señalada, los candidatos se reunieron en el salón real. Pero antes de que el rey hiciera un nuevo desafío, uno de ellos, que traía consigo un paquete, pidió la palabra.

– Majestad, traigo al gato de porcelana que usted requirió.

– Admiro tu esfuerzo. Pero ya pasaron veinticuatro horas desde el desafío del gato.

– Sin duda, mi señor. ¿Y vuestra majestad se dio cuenta de que traigo el gato hoy y no ayer?

– ¡Claro!

– Y tampoco lo estoy trayendo antes o después de este momento.

– Es verdad.

– Entonces creo que traigo al gato en el momento exacto que vuestra majestad determinó: ¡ahora!

– ¡Muy ingenioso! Pero ¿es posible que el ahora se haya prolongado desde ayer hasta hoy?

– El ahora es infinito, majestad. En él todas las cosas suceden. Nunca antes, nunca después. Siempre ahora.
Y el rey sonrió satisfecho. Había elegido a su Primer Ministro.

O GATO DE PORCELANA

Em um reino imaginário, o rei era um homem muito sábio e tranquilo, mas estava cansado de tantas tarefas administrativas. Ele então decidiu escolher um primeiro-ministro entre as pessoas mais inteligentes do país.

Depois de muitos testes de conhecimento, sobraram dez candidatos a quem o rei propôs um desafio:

– O vencedor será aquele que me trouxer um gato de porcelana.

– Quando? – perguntaram em coro alguns dos concorrentes.

– Agora!

Os candidatos ficaram surpresos. Ninguém sai de casa com um gato de porcelana no bolso. O rei então ordenou que eles saíssem. Deveriam voltar no dia seguinte para o desempate.

Na hora marcada, os candidatos reuniram-se no salão real. Mas antes que o rei fizesse um novo desafio, um deles, que trazia consigo um pacote, pediu para falar.

– Majestade, eu trouxe o gato de porcelana que o senhor pediu.

– Admiro seu esforço – respondeu educadamente o rei. – Mas já se passaram vinte e quatro horas desde o desafio do gato.

– Sem dúvida, meu senhor. E vossa majestade percebeu que estou trazendo o gato hoje e não ontem?

– Claro!

– E eu também não trouxe o gato antes ou depois do momento em que estamos.

– É verdade.

– Então me parece que eu trouxe o gato no exato momento que vossa majestade determinou: agora!

– É um ótimo raciocínio! Mas seria possível o agora durar desde ontem até hoje?

– O agora é infinito, majestade. Nele todas as coisas acontecem. Nunca antes, nunca depois. Sempre agora.

E o rei sorriu satisfeito. Acabara de escolher seu primeiro-ministro.


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