Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 14 de janeiro de 2019

ENSINO E ACOLHIMENTO

 


Ensino e acolhimento
 
 
Cidade que ficou por muitos anos marcada pela presença do lixão, a Estrutural é palco de um projeto voluntário que dá aulas de inglês gratuitas a crianças e a adolescentes, e ensina mais do que apenas o idioma estrangeiro

 

» ALAN RIOS
ESPECIAL PARA O CORREIO

Publicação: 14/01/2019 04:00

Alisson com a mãe, Marcilene, e o irmão, Micael. Ele encontrou perspectivas a partir do projeto (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

Alisson com a mãe, Marcilene, e o irmão, Micael. Ele encontrou perspectivas a partir do projeto

 



Quem pensa na Estrutural pode logo associar a imagem da cidade a todos os problemas enfrentados pelos moradores, entre eles, a falta de infraestrutura de um lugar que, por muitos anos, abrigou o maior lixão da América Latina. Mas quem vê além enxerga ali uma oportunidade de promover mudanças. Foi pensando nisso que a economista Luciana Van Tol, 33 anos, resolveu criar um projeto que aproximasse crianças e adolescentes da escola durante o sábado, para que eles pudessem ter aulas gratuitas de uma nova língua. Um dos alunos, Alisson Pereira, 16, começou o curso sem perspectivas, mas, hoje, depois de dois anos, tem uma expectativa concreta: “Quero ser professor e dar aulas de inglês e de libras”.

O projeto Inglês na Estrutural tem inspiração em ações semelhantes em São Paulo, o estado natal de Luciana. A Organização Não Governamental (ONG) Cidadão Pró-mundo oferece o ensino da nova língua para jovens e adultos de comunidades carentes, com uma organização que chamou a atenção da paulista moradora de Brasília. “Eles têm um sistema bem-sucedido, trabalhando com uma equipe de professores voluntários que se revezam, então achei muito interessante”, conta.

A partir da ideia inicial, a economista encontrou o local perfeito para colocar o projeto em prática. “Eu conheci uma ONG chamada Coletivo da Cidade, na Estrutural, e vi como seria importante levar esse planejamento para lá. Porque a cidade tem muitos adolescentes, um dos piores índices de qualidade de vida do DF e é carente de serviços públicos. Além disso, muitas famílias acabavam tirando a renda dos trabalhos do lixão e precisaram se reestruturar depois do fechamento.”

O projeto começou em 2014, quando voluntários passaram a se organizar em diferentes áreas, desde professores até os que não sabiam nada da outra língua. Ao todo, quatro modalidades de serviços foram criadas e nomeadas: VolunTeacher, VolunTeam, Quiet Time e Voluntário Especialista. Enquanto a primeira é formada por professores, as outras se dividem entre ajudantes que auxiliam desde os processos administrativos, como organização de matrículas e financeiro, até os que cuidam da comunicação ou das atividades de meditação e respiração com os estudantes, nos intervalos.

Mudança de vida

Alisson mostra com orgulho o livro de inglês, conversa na nova língua e até ajuda o irmão, Micael Pereira, 12, que também entrou no projeto. Mas, há dois anos, antes de se matricular nas aulas, as coisas eram um pouco diferentes. A mãe dele conta que o jovem tinha muita dificuldade na escola em algumas matérias, e não conseguia encontrar muita motivação para estudar mais, mas isso mudou depois da participação no curso.


Luciana Van Tol, idealizadora do projeto: ajuda para quem mais precisa (Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press)  

Luciana Van Tol, idealizadora do projeto: ajuda para quem mais precisa

 


“Eu conheci o Inglês na Estrutural em 2016 e fiz logo a inscrição dele. Depois de pouco tempo, vi as mudanças. As notas dele melhoraram no colégio, ele se dedicou mais e nós passamos a ter como uma rotina ele ir de manhã cedo para lá, todos os sábados”, diz a comerciante Marcilene Pereira, 35.

As aulas ocorrem semanalmente, das 9h às 12h, com intervalos para descanso e lanche. E esse acolhimento dos voluntários, que se preocupam com tudo aquilo que vai além da sala de aula, é essencial para Alisson. “Eu acho muito legal, porque várias pessoas carentes são ajudadas. Eu já aprendi muita coisa e sei que isso vai me ajudar muito, porque quero ser professor e dar aula de inglês e de libras”, planeja.

Permissão para sonhar

O conteúdo passado nas salas de aula do Centro de Ensino 1 da Estrutural vai além de conhecimentos para passar em provas. É nisso que acredita Gabriela Reis, 32, voluntária do projeto há três anos. “Eu era moradora da cidade, sabia inglês e gostaria de fazer algo com as crianças que não tinham acesso a esse estudo, então me voluntariei. É uma experiência incrível, porque sempre têm histórias dos alunos que marcam a gente”, conta.

“Uma garota, por exemplo, uma vez me perguntou qual era meu sonho, e eu respondi aquele clichê, disse que queria ser rica. Aí, eu perguntei qual era o dela e ela me respondeu: ‘Ser voluntária aqui, que nem você’. Aquilo me emocionou muito”, completa.

Outra participante do projeto já começa a pensar na importância do curso para quem deseja crescer. Lucélia Tainá, 16, conheceu as atividades pelo irmão, que também era voluntário, e hoje conta que já aprendeu muito e se sente capaz de ir além. “É uma ajuda ótima para quem não tem condições para pagar um curso. E, para mim, aprender inglês pode me ajudar a conhecer o mundo, criar oportunidades nas minhas metas de carreira e abrir novas portas”, deseja.


160
Número de alunos de 7 a 17 anos atendidos


Anote 

Inglês na Estrutural

  • O projeto recebe, até 19 de janeiro, inscrições para interessados em trabalho voluntário.
  • Não é necessário saber inglês, já que existem áreas de atuação administrativa
  • Inscrições: www.facebook.com/inglesnaestrutural
  • Informações: inglesnaestrutural@gmail.com

Jornal Impresso


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros