Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José de Oliveira Ramos - Enxugando Gelo sábado, 10 de maio de 2025

ENSINANDO A ANDAR DE BICICLETA (CRÔNICA DO COLUNISTA JOSÉ DE OLIVEIRA RAMOS)

O antigo velocípede

 

Hoje vamos servir uma salada cultural formada pela vivência e conhecimento de alguns, servida na mesa da experiência. Alguns chamam a isso de “costumes”. Que seja.

Bem ali, na esquina de 2022, graças a uma administração diferenciada que navegou durante quatro anos nas águas adversas da mídia esquerdista, e “venceu”, o Brasil solidificou seu status de celeiro alimentador do mundo. A produção de alimentos superou em muito os mais altos patamares.

Eis que, em pouco menos de dois anos, aquele “status de alimentador do mundo” foi jogado por terra, em que pese o enfrentamento das adversidades climáticas que a principal região produtora enfrentou, enfrenta e vai continuar enfrentando.

É. O salvador da pátria e rei do amor prometeu uma cervejinha gelada com picanha, e, nem abóbora viabilizou. O povo nordestino não é afeito a jerimum aguado – mas, nem isso está disponível para quem nada planta.

O bêbedo contumaz autorizou a compra e importação de zilhões de toneladas de arroz! É. Foi isso mesmo que você leu. Zilhões de toneladas de arroz.

Pior que isso, não foi a compra e a importação. Foi o silêncio conivente e apoiador (desculpe o sentido redundante) do povo brasileiro. Todo mundo bundão, inclusive alguns plantadores de arroz. A voz discordante, felizmente, veio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Fomos, mais uma vez, escondidos (ou protegidos) pelo escudo dessa instituição.

Dito isso, anuncio que pretendo aqui denunciar e mostrar indignação ao nosso estado de conivência (que funciona como apoio de tudo) com os malfeitos coletivos – e ainda temos a insensatez de rotular essa coisa de “evolução da sociedade”.

Arre égua, diria minha analfabeta Avó, acostumada a fumar cachimbo e a mijar em pé. Mas era mulher, e, naquele tempo, já odiava lesbianismo.

Não faz tanto tempo assim, “nossos representantes” (ou, pelo menos, os que elegemos – e não há como fugir dessa culpa) pariram lei proibindo que as escolas reprovassem estudantes, ainda que aqueles não tivessem aprendido nada. Ficamos calados, coniventes e parceiros. E o boleto com a conta chegou nesta semana que terminou, quando, num hospital de São Paulo, um paciente diagnosticado de “hemorroida” foi operado de vesícula. Vovó diria que, “a água da chuva começou a molhar a nossa bunda” e deixamos de ser indiferentes.

Aqueles mesmos “nossos representantes” engavetam temas de projetos relevantes para a sociedade e se cuidam a aprovar a liberação da cannabis. Aparentemente, e pela nossa inércia, estamos fumando o mesmo baseado. Fazendo a cabeça. Coisando. Dando um tapa na bicha.

Crianças, nossos netos ou filhos participam de passeatas na Avenida Paulista numa qualhiragem sem tamanho, e muitos de nós não estão nem aí. É a evolução da sociedade. Merecemos ser tratados como bundões.

Somos coniventes e parceiros de todos os erros e participamos muito pouco dos acertos. Nos consola enormemente o “circo oferecido”, ainda que o pão seja adquirido sem dignidade.

Já passa da hora de pegar o trem da reconstrução. Está passando da hora de recuperarmos nossa condição de machos e não apenas coadjuvantes dos nossos destinos.

Vamos reconstruir nossas famílias, nossos lares e deletar o que entendermos como maléfico ao futuro dos nossos filhos (as).

Precisamos dedicar tempo aos nossos filhos, parando com a imbecilidade de “estarmos ocupados” com insignificâncias que, no futuro, não valerão um peido dum gato.

Antes, num tempo em que alguns que estão lendo esta crônica eram crianças, os pais/mães presenteavam como velocípede, o que significava que, num futuro próximo ganhariam uma bicicleta. E o pai/mãe conseguiam dispor de tempo para ajudar a criança a “perder o medo” de pedalar. E, para onde foi esse tempo nos dias atuais? Será que está escondido nas mesas de bares, nos passeios infrutíferos nos shoppings?

Nos dias atuais, até os velocípedes se “abaitolaram”. Deixaram de ser fabricados com material durável, e passaram a ser fabricados com plástico da pior qualidade. A evolução desse velocípede atual, vai ser arrumar um espaço para a “garrafinha com água”! E ficamos calados. Compramos como se estivéssemos presenteando com algo duradouro e útil.

É. Ficamos coniventes e parceiros em tudo. Não apenas nas eleições dos “nossos representantes” – e, assim, jogamos no lixo a dignidade e o direito de reclamar qualquer coisa. Sequer “temos tempo” para reclamar de alguma coisa.

 

Pai arrumava tempo e levava filho para aprender bicicletar

 

Tá na hora da reconstrução.

A tarefa é nossa. A família é a nossa. O futuro é dos nossos filhos.

O pic-nic saiu de moda, perceberam?

Virou moda e tomou nosso tempo, a “resenha na mesa do bar” com os amigos.

Tá na hora de voltar ao Parque, levando o filho para aprender a pedalar e perder o medo de “se soltar” – sem qualquer sentido pederástico – levando a Caloi, a Monark ou o velocípede de macho, jogando no lixo a coisa feia da Estrela junto com a garrafinha d´água.


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