EM SONDA
Francisca Júlia
Quieta, enrolada a um tronco, ameaçadora e hedionda,
A boa espia ... Em cima estende-se a folhagem
Que um vento manso faz oscilar, de onda em onda,
Com a sua noturna e amorosa bafagem.
Um luar mortiço banha a floresta de Sonda,
Desde a copa da faia à esplêndida pastagem;
O ofidiano, escondido, olhos abertos, sonda ...
Vai passando, tranqüilo, um búfalo selvagem.
Segue o búfalo, só ... mas suspende-lhe o passo
O ofidiano cruel que o ataca de repente,
E que o prende, a silvar, com suas roscas de aço.
Tenta o pobre lutar; os chavelhos enresta;
Mas tomba de cansaço e morre ... Tristemente
No alto se esconde a lua, e cala-se a floresta ..