28 de agosto de 2020 | 10h00
O fascínio provocado nos leitores pela sua prosa é semelhante à curiosidade sobre sua verdadeira persona: Elena Ferrante é notoriamente um pseudônimo, uma assinatura que esconde uma figura cuja opção sexual também se desconhece, mas que inspira muita especulação. Acredita-se que tenha mais ou menos 50 anos; que seja mulher e italiana de Nápoles, uma vez que livros como a série napolitana trazem uma descrição detalhada da cidade e de seus costumes. E que, ao contrário da busca pelo reconhecimento, prefere o anonimato. Já se disse ser um homem e também uma tradutora. Apenas seu editor italiano Sandro Ferri conhece sua real persona.
Por meio de suas obras, é possível notar que Elena Ferrante ostenta um sólido conhecimento de autores clássicos gregos e latinos – percebem-se também traços da escrita de Chekhov e Jane Austen, além da confessa admiração por Elsa Morante, nas raras entrevistas que concedeu (sempre por e-mail). Sua carreira literária começou nos anos 1990, com livros como Crônicas do Mal de Amor e o best-seller (na Itália) Um Amor Incômodo.