Com a camiseta da seleção argentina, Maradona chega ao céu. Fernando Vanucci lhe abre a porta. Diego entende logo. O jornalista esportivo foi na frente pra obter um furo. Faria a primeira entrevista do craque. A palavra que surgiu foi ídolo. Deus, que estava na plateia, teve uma dúvida. Disse baixinho a Nelson Rodrigues, sentado ao lado: “Estudei português há muito tempo, lá pelo século 12. Ando meio esquecido. Tenho escutado ídola. É esquisito, não?
Mesmo time
Nelson deu uma gargalhada gostosa e explicou: “Ídolo joga no time de vítima, criança, pessoa, criatura, indivíduo, gênio, anjo, testemunha, defunto & cia. Todos têm o mesmo gênero para o masculino e feminino. A pessoa, a criança, o defunto podem se referir a homem e a mulher. Como contornar a enrascada?
Saída
Impõe-se distinguir o gênero. É fácil. Basta fornecer indicações que esclareçam o ouvinte ou o leitor: A criança que sofreu o acidente é uma menina de 3 anos. A criança que ganhou a partida é um menino de 8 anos. A apresentadora Xuxa foi ídolo da meninada. Mais: A testemunha João da Silva estava atenta. A testemunha Maria Souza chegou com atraso. Fernanda Montenegro é ídolo dos amantes do teatro. Pelé é ídolo dos esportistas. Meu neto é um anjo. Minha neta é um anjo. Bibi Ferreira foi monstro dos palcos. Paulo Autran foi outro monstro.