Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 30 de junho de 2022

EIO AMBIENTE: CADA BRASILEIRO JOGA, EM MÉDIA, 16 QUILO DE PLÁSTICOS NO OCEANO POR ANO

 

Por Daniela Chiaretti* — LISBOA

 

Cada brasileiro joga em média 16 quilos de plásticos no oceano ao ano
Na Praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio, tartaruga foi encontrada presa a plástico durante trabalho do Instituto Mar Urbano Instituto Mar Urbano / Ricardo Gomes / Divulgação
 

Cada brasileiro pode ser responsável por poluir o oceano com 16 quilos de plásticos ao ano. O cálculo foi feito pelo projeto Blue Keepers, ligado ao Pacto Global da ONU. Pelos cálculos do estudo feito pelo Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, são 3,44 milhões de toneladas de plástico que chegam ao ambiente no país. Isso é um terço de todo plástico consumido no território nacional e que não é reciclado ou reutilizado e acaba poluindo rios e o mar.

O cálculo global que se estima hoje é de 150 milhões de toneladas de plástico circulando no oceano. Isso equivale a um caminhão de lixo cheio de plásticos sendo jogado no mar por minuto. O outro problema é que, com a ação das ondas, os plásticos grandes se tornam microplásticos, o que é ainda mais complicado de ser removido. Há muito plástico já encontrado nos peixes. Em alguns anos, estimam os pesquisadores, haverá mais plástico do que peixes no mar.

 A meta do Blue Keepers é reduzir 30% do lixo plástico que vai para o mar no país até 2030. Os dez itens mais encontrados nas praias serão redesenhados ou entrarão na economia circular. A intenção é ter cem cidades com soluções preventivas ao problema.

O primeiro ponto, por agora, é diagnosticar o problema e depois entender o caminho que a poluição plástica faz até entrar no oceano. Chuvas, ventos, topografia, uso do solo, presença de rios e barragens são fatores que influenciam na probabilidade de o plástico chegar ao oceano, conforme a modelagem feita pelos pesquisadores.

 O estudo mostra que 67% dos resíduos plásticos com propensão para contaminar o ambiente estão nas bacias hidrográficas “com maior risco de entrada no oceano”, diz o texto do trabalho, que foi divulgado em Lisboa, na Conferência do Oceano da ONU, que acontece esta semana.

O trabalho classificou dez bacias hidrográficas de maior risco para poluir o mar, com grandes desembocaduras de rios. O Rio da Prata é o primeiro, e a baia da Guanabara, o segundo hotspot. Seguem-se, na ordem, o Amazonas, o rio São Francisco e o Tocantins.

 

O maior desafio do estudo foi ter que lidar com a falta de dados. “Um município interessado em diminuir sua geração de poluição por plásticos precisa saber onde estão as falhas para agir sobre o problema”, diz o texto dos pesquisadores.

“Todos os caminhos levam ao mar, inclusive o lixo proveniente das áreas mais distantes do território brasileiro. Má gestão de resíduos, baixas taxas de reciclagem e de reuso, consumo excessivo, moradias precárias sem saneamento e coleta de resíduos são causas territoriais e comportamentais da poluição crônica dos oceanos”, diz o texto.

 No mundo, 140 empresas aderiram a um manifesto para acabar com a poluição plástica. Na conferência de Meio Ambiente em Nairóbi, em março, delegados de 175 países acertaram que é preciso criar um acordo internacional, em 2024, para acabar com a poluição por plásticos.

A pesquisa foi feita entre julho e abril deste ano. Envolveu 12 pesquisadores coordenados por Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico e coordenador da cátedra Unesco pela sustentabilidade do oceano.

A intenção do projeto é identificar as fontes do plástico em dez cidades brasileiras e buscar soluções entre os setores públicos e privados. O Rio de Janeiro será a primeira e ali as ações vão começar no segundo semestre.

Os municípios que terão ações prioritárias para combater o problema nos próximos meses serão Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza e Natal, João Pessoa, Recife e Maceió, Aracaju, Salvador e Vitória, Grande Rio, São Paulo, Santos e Praia Grande e Porto Alegre.

O Blue Keepers é uma iniciativa nacional que busca mobilizar recursos e inovação tecnológica no combate à poluição do plástico em bacias hidrográficas e oceanos, com o envolvimento de empresas, governos e sociedade civil.

“Estamos na Década dos Oceanos, e o Brasil tem e deve ter cada vez mais protagonismo no tema. As empresas são parte do problema e devem ser parte da solução. Temos um longo caminho a seguir, mas o diagnóstico trazido pelo estudo conduzido pelo Blue Keepers e o Instituto Oceanográfico da USP mostra o que precisamos fazer imediatamente, que é criar soluções não somente em áreas costeiras do Brasil”, diz Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, no texto enviado à imprensa.

O Pacto Global da ONU reúne mais de 16 mil empresas em 164 países. A rede no Brasil é a terceira no mundo, com mais de 1.500 membros.

 

*A jornalista viajou a Lisboa a convite da Earth Journalism Network (EJN) e da Fundação Calouste Gulbenkian


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