Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quarta, 13 de março de 2019

EDITORIAL: O CASO MARIELLE FRANCO

 

O caso Marielle Franco

A prisão de dois suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco é importante desdobramento numa investigação que já se arrasta há um ano 

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

13 de março de 2019 | 03h00

 

A prisão de dois suspeitos do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco é importante desdobramento numa investigação que já se arrasta há um ano e que, por todo seu simbolismo, acirra os já crispados ânimos políticos do País. A solução desse rumoroso caso, que chocou e ainda choca os brasileiros, é imperiosa não apenas para esclarecer o crime em si, mas pela necessidade de desarmar os oportunistas que dele se aproveitam para seu proselitismo ideológico.

Contudo, até que haja certeza sobre a autoria do crime – e sobre quem mandou executá-lo –, é provável que continuem a abundar teorias as mais diversas, alimentando toda sorte de denúncias destinadas a comprometer este ou aquele adversário político, considerando que a vítima era vereadora do PSOL e ativista de direitos humanos. É preciso que haja tranquilidade e firmeza, por parte das autoridades, para conduzir as investigações a salvo dessas pressões.

O próprio perfil dos suspeitos presos ontem certamente será suficiente para alimentar muitas especulações sobre suas reais motivações. Segundo a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público, o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foi o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, de 48 anos. O outro detido é o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, que estaria dirigindo o carro usado para emboscar Marielle.

 

A participação de dois policiais, conforme a denúncia, sugere ligação com as chamadas milícias – organizações criminosas formadas por policiais que aterrorizam favelas cariocas e que vêm ganhando poder político no Rio de Janeiro.

As milícias tiveram súbita notoriedade nacional de uns tempos para cá não somente pela suspeita de ligação com o assassinato da vereadora Marielle, mas pela descoberta de que um de seus integrantes mais perigosos, Adriano Nogueira, foi empregado no gabinete de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, quando este era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Nogueira é um dos chefes da milícia Escritório do Crime, de onde se suspeita que tenha partido a ordem para matar a vereadora Marielle. O País ficou sabendo também que essas milícias haviam sido objeto de seguidas homenagens tanto de Flávio como de Jair Bolsonaro ao longo de suas carreiras como parlamentares.

Um dia antes da prisão dos dois suspeitos do assassinato da vereadora Marielle, o presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais para atacar ferozmente a imprensa em razão da cobertura do escândalo envolvendo as movimentações suspeitas na conta bancária de outro ex-funcionário de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz – que teria sido o responsável pela contratação do miliciano Adriano Nogueira. Para o presidente Jair Bolsonaro, os jornalistas – ele citou em particular a repórter do Estado Constança Rezende e também o pai da jornalista, o repórter de O Globo Chico Otávio, especializado na cobertura das milícias cariocas – querem derrubar seu governo.

Ao presidente da República recomenda-se um pouco mais de prudência, a mesma que é requerida das autoridades policiais que investigam o caso da vereadora Marielle Franco. É preciso ir a fundo antes de tirar quaisquer conclusões. É preciso, por exemplo, explicar como um policial reformado como Ronnie Lessa, um dos suspeitos da morte de Marielle, era dono de uma confortável casa num condomínio de classe média alta na Barra da Tijuca – o mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro também tem casa –, ganhando apenas R$ 8 mil mensais.

São muitas perguntas ainda por responder. Após um ano de investigação, que incluiu a análise de milhares de dados telefônicos e centenas de ligações, a polícia diz que o crime foi “muito complexo” e que tudo está apenas no começo – especialmente no que diz respeito aos possíveis mandantes do crime. “A segunda fase será mais difícil”, disse o delegado do caso. Ou seja, ainda não é possível afirmar nada, razão pela qual é preciso serenidade por parte de todos – a começar pelo presidente da República.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros