Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quinta, 12 de setembro de 2019

EDITORIAL: BOA SURPRESA NO CONSUMO

 

Boa surpresa no consumo

O vigor do comércio em julho pode ser sinal de reação do organismo econômico. IBGE cita evolução do mercado de trabalho e melhora das condições de crédito

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

12 de setembro de 2019 | 03h00

O vigor do comércio em julho, uma boa surpresa no meio de tantas notícias negativas, pode ser mais um sinal de reação do organismo econômico. As lojas do varejo venderam naquele mês 1% mais que em junho, puxadas principalmente pelos supermercados, e 4,3% mais que um ano antes. Os novos números trazem fortes indícios de intensificação do consumo. Em 12 meses o volume vendido foi 1,6% maior que o do período anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A referência ao mercado de trabalho pode surpreender, inicialmente, porque 12,6 milhões de pessoas, 11,8% da força de trabalho, permaneciam desempregadas no trimestre encerrado em julho, também de acordo com o IBGE. Mas o mesmo balanço das condições de emprego apontou o ingresso de cerca de 1,2 milhão de pessoas na população ocupada, naquele trimestre, e foi este o detalhe mencionado pela gerente da pesquisa mensal do comércio varejista.

Com as vendas de julho, o varejo aproximou-se do volume de negócios de junho de 2015 e continuou 5,3% abaixo do recorde alcançado em outubro de 2014. A recuperação foi suficiente, portanto, apenas para reconduzir o comércio varejista ao nível registrado no meio do primeiro ano da recessão.

Convém levar em conta esses detalhes ao avaliar os sinais de melhora da economia brasileira. Também é preciso lembrar o mau desempenho da indústria neste ano. Em julho, a produção industrial foi 0,3% menor que a de junho e 2,5% inferior à de um ano antes. Em 12 meses houve um recuo de 1,3%. Talvez os números de agosto mostrem algum efeito da reação do varejo, mas faltam dados para qualquer aposta razoavelmente segura em relação a esse ponto.

Mesmo no governo há pouco otimismo quanto às possibilidades de reação industrial, neste ano, como indicam as últimas avaliações publicadas pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia. Embora projetando alguma recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) a partir de setembro, a secretaria estima para a indústria, no terceiro trimestre, uma produção 0,4% inferior à do segundo.

Na próxima semana o Banco Central (BC) deverá anunciar uma nova decisão sobre a taxa básica de juros. No mercado financeiro, os analistas mais comedidos dão como certo um corte de 0,25 ponto porcentual. Muitos apostam numa redução de 0,5 ponto. Hoje a Selic, a taxa básica, está em 6%.

Se os juros voltarem a cair, poderá haver algum estímulo adicional ao consumo. Os primeiros saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) também poderão adicionar algum ânimo aos consumidores. A permissão de saques do Fundo e do PIS-Pasep é o primeiro lance da equipe econômica a favor de uma reanimação dos negócios. A combinação de juros mais baixos e de saques poderá produzir algum efeito. Mas as projeções oficiais, assim como as do mercado, continuam apontando crescimento muito modesto neste ano e no próximo. Segundo essas projeções, o PIB crescerá menos de 1% em 2019 e pouco mais de 2% em 2020.

Restam como dados positivos, até agora, o aumento da população ocupada e a reação do consumo apontada pelo balanço de julho. Os poucos sinais positivos indicam uma reação meramente orgânica, porque a equipe econômica pouco fez de concreto para injetar alguma energia na produção. Agora se fala em medidas para mover o programa Minha Casa Minha Vida, importante fonte de empregos e de difusão de demanda para vários segmentos industriais. Alguma rapidez na execução desse plano será muito bem-vinda.


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