DUPLA
(Letra: Robson José Calixto)
Mostra um dos teus olhares para mim
O outro pode ficar pairando sobre as águas
De que adianta me ficar dando as costas
Se é do teu corpo uma das partes que mais gostas.
Eu te mostrei e abri os portões
De um caminho totalmente inesperado
Sabemos que tens dois corações
Em um habita um monstro silencioso
E noutro voa um anjo delicado.
Para que forçar essas linhas afastadas?
Em busca de guerras e lutas amarguradas
Então ficas perdida entre águas, toques e teclas
Cervejas, amores e doações desequilibradas.
Cadê aquelas tuas certezas tão alinhadas?
Te apresentei às minhas verdades sem rodeios
Pareces inteira para todos, mas és repartida
Bateu asas, te sustentei nos ares com meus sonhos
Então voastes, voltastes e ainda continuas presa e muda.
O tempo passa, preferes as “migas”
Só que não te dão respostas precisas,
Eu, com meus olhos internos, busco romper
O teu não, a tua barreira, o teu compacto desquerer.
Ah, essa tua beleza, fluída duna
Capaz de mil disfarces ou ficar sem rosto
Eu não te percebo como os outros, sabes bem
Até porque vivenciei em mim o que doas em uno
Sentimentos, feitiços, energia pura, magia, equina luna.
Brasília, 02 de setembro de 2017