Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Literatura - Contos e Crônicas sábado, 29 de junho de 2024

DOUTOR NORBERTO SERÓDIO BOEFHAT (POSTAGEM DA LEITORA NITEROIENSE DALMA NASCIMENTO)
 
DOUTOR NORBERTO SERÓDIO BOEFHAT 
Dalma Nascimento
 
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Vida e Morte, duas parceiras ao mesmo tempo em mim.
 
Enquanto Eliana Bueno-Ribeiro expunha, com a exuberância de Eros, na ABL uma interpretação tão singular e inovadora sobre a obra da grande Lygia Fagundes Telles, Tânatos se apossara de mim, ao receber a fatídica noticia da partida do grande amigo e humanitário médico, há décadas da família Dr. NORBERTO SERÓDIO BOECHAT.
 
Sensível e grande escritor com oito livros publicados e todos com autêntico valor, tanto que de sua obra fiz mais de dois prefácios, ele era membro do PEN Clube, fato que o deixara feliz, mas bem pouco frequentou para dar o máximo à sua clínica geriátrica.
 
A qualquer hora do dia ou da noite ele atendia a todos com especial carinho e conforme o caso , conhecedor que era do histórico de seu paciente, ele receitava pelo telefone. Comigo então, nem se fala. Quantas e quantas vezes tirei o sono. E ele paciente ouvia...
 
Vim a conhecê-lo ao tratar de meu marido, que tendo fraturado e operado o fêmur, complicações advieram peculiares à idade. Carecia de um geriatra. E o mais reconhecido na cidade e redondezas Dr Noberto Seródio Boechat foi o escolhido, um ás na clínica, membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
 
Ele e Braz, ambos médicos, se deram muito bem, sobretudo pelo pensamentos filosóficos, as perscrutações metafísicas sobre a existência. Similares eram também as lembranças fazendeiras da v ida de cada um – Dr. Norberto de Pirapetinga de Bom Jesus e Braz na região de Dr. Matos em Campos dos Goitacazes. E como tinham experiências da“roça’’ para juntos eles contarem.
 
Lembravam-se dos folguedos da infância vividos na liberdade do campo. Da agradável convivência com os animais. Das águas puras dos regatos para o banho com os amiguinhos, filhos dos colonos. Da amorosa convivência com a terra. Da estuante visão do verde das florestas e do colorido das montanhas ao cair da tarde e como lhes era extasiante contemplar o estrelado céu em noite de lua cheia.
 
Ambos saíram das terras nativas, mas trouxeram-nas sempre presentes na memória. a ponto de Dr. Norberto ser enterrado em Pirapetinga, sua terra natal. Sua vida é para ser transformada em livro e era o que eu fizera antes de ele partir. Um domingo antes do infausto ele veio a nossa casa lanchar comigo.
 
Ele ainda andando com dificuldade,, ao restabelecer-se de uma perigosa operação de coluna, eu em ato solene, entreguei-lhe o roteiro e as páginas prontas do livro, por mim escrito intitulado NORBERTO BOECHAT, O Arconte de Pirapetinga.
 
Ele ficou felicíssimo. Foi um momento de despedida e o livro agora já está na gráfica.
 
• Por ser ele dono do dom de cultuar memórias, a ponto de ter criado um museu dos antigos pertences da antiga Pirapetinga Dr, Norberto lembrava-me um arconte. aquele dignitário da antiga Grécia, respeitado pela comunidade, preservador e intérprete dos documentos e das leis da polis. Como fora em Niterói o nosso amado Pimentel.
 
Arconte tem a mesma raiz de arqueologia, de arquivo, de arcano e de arqueiro. De fato, Norberto Boechat, o verdadeiro Arconte de Pirapetinga, é o arquivo vivo da cidade. Na efervescência das coisas, lá estava ele na arkhé, nos fundamentos dos fatos, para reconstruir os laços espatifados da memória coletiva. Submergia nos arcanos da tradição e de lá retorna iluminado.
 
E, com mestria de um arqueiro, o Arconte Boechat lançava o arco da aliança do passado cultural às gerações futuras. Seu ponto máximo foi, sem dúvida, o lançamento de sua obra Vertentes de Pirapetinga de Bom Jesus e outras histórias, verdadeiro ápice da memória do seu município.
Merecidamente, seu nome deverá figurar em uma grande rua ou avenida de sua terra natal. E por intermédio de meu livro, vocês conhecerão a figura exemplar do humanitário médico e grande escritor escondido da falácia da fama literária DR, NORBERTO SERÓDIO BOECHAT.
 
Nota: texto digitado por Cristiana Silva
 
 

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