Procura-se roupa decente para vestir a Justiça. Qualquer pano, qualquer trapo ou retalho que não seja uma toga. Sem venda a lhe tapar os olhos, despida de princípios de pesos justos em sua balança e com a espada embainhada contra os costados do humilde povo, a outrora honrada dona Justiça desfila nua pelas ruas, palácios e tribunais, pelas esquinas sinistras do Planalto, escarnecendo a todos e assumindo sua porção prostituída de caráter duvidoso que não resiste ao menor tilintar de moedas à sua frente. A origem do metal vil que corrompe – diretamente ou não, é o que menos importa: de Empresários ou Políticos provenientes, ele perverte da mesma forma e avilta com a mesma força. Pobre de quem nela um dia acreditou. Dona Justiça hoje habita o mais degradado dos cabarés e se entrega, lânguida e voluptuosamente em lascívia permanente com os poderosos e seus interesses inconfessáveis. Dona Justa está nua e sua venda a esconder-lhe a visão nada mais é que uma fraude.
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