(Na próxima semana, domingo dia 22 apresentaremos
o filme DJANGO II , uma homenagem do diretor Tarantino que
soube reconhecer a importância desse western italiano.)
TEMA DO FILME: UM FILME WESTERN DIFERENTE, COM UM AMBIENTE SURREALISTA, FILMADO A CORES, POREM, DEVIDO AO SURREALISMO, NOTA-SE QUE A CIDADE NÃO TEM COR DEFINIDA, MOSTRANDO UM ASPECTO SOMBRIO, QUASE EM PRETO E BRANCO, COMO UMA BRUMA ESPESSA COBRINDO TODOS OS CENÁRIOS, O QUE NOS PREPARA PARA A HORA DA VERDADE. OU SEJA A ABERTURA DO GRANDE FÉRETRO CONTENDO EM SUAS ENTRANHAS A MORTE CERTA E VINGADORA.
UMA OBRA DE ARTE DO DIRETOR SERGIO CORBUCCI.
Texto escrito em parceria com o colunista d.Matt e Cícero Tavares
Dedicamos ao cinéfilo Altamir Pinheiro de quem estamos muito saudosos e seu neto Antonio Miguel, o cowboy. Estamos aguardando com grande expectativa, mais um de seus extraordinários artigos, sempre dentro do tema SEGUNDA SEM LEI ' QUE ESTÁ FAZENDO MUITA FALTA
O caixão fantamasgórico de Django
A cena de abertura do primeiro filme de faroeste da franquia “Django” é épica, memorável,monumental, icônica e irretocável. A câmara focando um homem solitário, arrastando um caixão fantasmagórico no lamaçal caótico, tendo como painel de fundo um cenário natural, maçante, acompanhado da antológica trilha sonora “Django”, composta pelo maestro argentino-italiano Luis Enríquez Bacalov, é apropriada para o clima sinistro do western.
“Django” conta a história de um andarilho misterioso, acompanhado de sua poderosa metralhadora, disposto a vingar a morte de sua esposa, assassinada por uma gangue rival que agia na região fronteiriça do México. Para conseguir seu intento ele fez um “acordo” com um dos chefes de uma gangue comandada pelo general Hugo Rodriguez, bandido frio, calculista, ambicioso, contra seu oponente, o Major Jackson e seu bando de facínoras, sanguinários.
É um dos melhores exemplos de filmes do gênero western spaghetti, com uma trilha sonora agitada, duelos de armas e um anti-herói de poucas palavras, que arrasta um caixão mortífero. O visual magnífico do filme é devido ao trabalho do diretor de arte Carlo Simi, que já havia criado personagens e cenários para filmes anteriores do diretor Sergio Corbucci, como o “Minnesota Clay.”
Antes e depois da primeira cena antológica do confronto entre “Django” com a metralhadora e os mais de quarenta bandidos do Major Jackson em frente ao Saloon do Nathaniel, ficava a impressão de que estávamos diante de mais um western lugar-comum, piegas, mas ante a competência do diretor Sergio Corbucci o que vemos é um filme com cenário de batalha expertise, cruenta, épica, que até hoje fascina crítico e cinéfilo que o elogiam como uma obra-prima do western spaghetti.
Como diz o colunista de western D.Matt., autor do Prefácio do livro “NO ESCURINHO DO CINEMA”, do cinéfilo-historiador Altamir Pinheiro que atualmente tem um excelente Blog que a
pode ser acessado ( CHUMBO GROSSO )) “DJANGO l, ou simplesmente DJANGO”, é o primeiro, o único e o verdadeiro. Esse filme tornou o ótimo ator Franco Nero famoso e ao citarmos DJANGO, o filme, todos logo identificamos o primeiro e o melhor da franquia. Sim o nome “Django” tornou-se uma franquia, pois existem muitas dezenas de filmes relacionados ao personagem famoso, talvez cheguem perto de meia centena de filmes, todos com adjetivos diversos, títulos chamativos, mas nenhum chegou perto do original que permanece eterno, com a matriz intocada, sem nada que possa abalar a sua merecida fama.
No ponto de vista cinematográfico, o único filme que chegou quase a merecer comparação com a qualidade do original, foi o filme “Django Livre” do diretor Quentin Tarantino. A comparação que se faz é apenas pela qualidade do filme, seus valores cinematográficos, seu ótimo elenco, que contou acertadamente com a participação do “Django” original, Franco Nero, numa pequena atuação, mas uma grande e merecida homenagem prestada pelo cineasta Tarantino ao grande ator, criador do personagem cujo nome, até hoje nos emociona. O filme cria um clima místico e quase sobrenatural, quando o personagem aparece do nada arrastando um caixão, como uma aparição fantasmagórica deixando todos apavorados e surpresos, sem saber o que esperar. O diretor Sergio Corbucci soube segurar com muita competência e profissionalismo essa atmosfera sombria.
Nada de parecido tinha sido visto antes nos filmes do gênero western, e a expectativa vai num crescendo para todos os personagens do vilarejo e muito importante, também para nós os expectadores do filme, pois o que vai ou poderá acontecer é uma incógnita.
Mas o diretor Sergio Corbucci mostrou que é um mestre, pois os fatos vão se sucedendo até que afinal o inesperado é revelado e com a sucessão dos acontecimentos, os vilões são enfrentados e como em todo bom filme de faroeste: o mocinho vence no final para satisfação de todos.
Ressalte-se o grande número de filmes que levam o nome “Django”, com dezenas de atores que fizeram o personagem-título, mas como se pode ver pelos enredos, nenhum deles é a continuação do filme original. Não que não sejam bons atores, mas sim porque o personagem do primeiro é muito místico, sombrio, e o ator deu ao personagem-título um desempenho extraordinário que nenhuma imitação conseguiu alcançá-lo.”
Em cena antológica dentro do oeste, Django arrasa com os quarenta capatazes do Major Jackson, que foge desmoralizado, com a cara cheia de lama dum tiro de COLT 45.