Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sexta, 16 de outubro de 2020

DIOGO NOGUEIRA: LIVRO DE RECEITAS INDICADO A PRÊMIO INTRNACIONAL

 

Diogo Nogueira fala da alegria de ter seu livro de receitas indicado a prêmio internacional

'Lembro da minha infância na cozinha cortando quiabo pro meu pai fazer caruru ou então ajudando-o a cortar pimentão, tomate, cebola, para fazer uma bacalhoada no forno, que ele tanto gostava'

Eliana Silva de Souza, O Estado de S.Paulo

15 de outubro de 2020 | 15h01

Diogo Nogueira
O cantor Diogo Nogueira lança livro de receitas e concorre a prêmio internacional Foto: Leandro Ribeiro

 

Algumas coisas na vida nos remetem a momentos marcantes em outras fases de nossas vidas - pode ser um perfume, uma música, uma comida. Essa viagem no tempo é o que Diogo Nogueira se permite ao colocar em prática suas habilidades na cozinha. E o rapaz leva tanto jeito que lançou um livro com suas receitas preferidas. Não bastasse isso, Diogo na Cozinha foi indicado ao prêmio Gourmand World Cookbook Awards, a maior premiação internacional de editoração de gastronomia e vinhos do mundo, com sede em Madri.

A indicação na categoria Celebrity Chef – World pegou o sambista de 39 anos de surpresa, afinal a ideia do livro surgiu em um rompante, como uma alternativa para o momento de quarentena. Tudo no momento era novo, as perspectivas para o setor não eram animadoras, o mercado estava estagnado. Era preciso encontrar alternativas para continuar em atividade. “Eu estava em reunião com Anita Carvalho, minha diretora de marketing, para discutir caminhos que a gente poderia seguir durante esse processo de pandemia, quando ela lembrou que eu fiz uma moqueca para ela em uma reunião”, conta Diogo. E foi nesse momento que eles levantaram a possibilidade de fazer um livro com receitas que o cantor gosta, que costuma fazer. Daí em diante, foi só selecionar as mais de 20 receitas, que passaram a integrar a obra, lançada em junho de forma online. “Nossa, quando chegou a notícia do prêmio, que tem grandes artistas competindo e estar ali como um artista chef, foi maravilhoso, surpreendente”, vibra o músico cozinheiro.

 

 

Diogo Nogueira
Diogo Nogueira faz live cantando seu repertório e aproveita para preparar suas receitas Foto: Leandro Ribeiro
 

Acostumado a preparar pratos para a família e amigos em casa ou demonstrar sua habilidade enquanto canta em suas lives, Diogo Nogueira conta que começou a lidar com temperos e elaborar receitas desde muito novo. “Às vezes, não tinha funcionário lá em casa e quem tinha de fazer a comida era eu, porque meu pai e minha mãe estavam na rua, ou viajando, então a gente tinha que se virar”, recorda Diogo, que guarda momentos afetivos dessa época, principalmente por recordar que, ainda pequeno, ficava observando os pais na cozinha. Puxando pela lembrança, cantor revela as recordações desses momentos em família e do aprendizado vindo dos pais. “Lembro da minha infância na cozinha cortando quiabo pro meu pai fazer caruru ou então ajudando-o a cortar pimentão, tomate, cebola, para fazer uma bacalhoada no forno, que ele gostava.”

Para Diogo Nogueira, foram muitas histórias que influenciaram sua vida, não apenas na cozinha como no gosto pela música. Tornou-se esse sambista, preparado na mesma fôrma que seu pai, João Nogueira. “Tinha muita história, muita conversa que sempre acontecia na cozinha, histórias que meu pai contava, de como ele começou e como foi a vida dele com a música, os primeiros trabalhos”, relembra, enfatizando, com orgulho, que o pai fez de tudo, foi vitrinista, office boy, e que falava sobre isso enquanto cozinhava.

Além de preparar suas receitas, Diogo se diz um cara bom de prato também. “Eu gosto de fazer e gosto de comer, isso é um problema (risos)”, conta o sambista, se divertindo com ele mesmo. Que tipo de pratos ele gosta? Bem, o rapaz não se faz de rogado e escancara o sorriso para afirmar que gosta mesmo é de fazer pratos fortes, como rabada, moqueca. “Eu gosto de fazer pratos mais pesados. Claro, incluo uma saladinha também, mas gosto de comida de verdade, que dá aquele suadouro (risos)”, revela, acrescentando que os preferidos do caderno de receitas são os com frutos do mar, mas não dispensa as massas, arroz, caldo, moqueca, peixada, caldeirada.

Enquanto Diogo canta e prepara as receitas, nas lives ou em casa, suas recordações afloram. Seja no palco ou à beira do fogão, ele diz ter o pai sempre presente. “Guardo todas as coisas boas e ensinamentos que tive oportunidade de pegar do meu pai na minha infância e adolescência.” Quando João Nogueira morreu, em 5 de junho de 2000, Diogo tinha 19 anos e teve tempo para aproveitar a relação com o pai. “Carrego ele comigo sempre, principalmente nos shows, aprendi bastante vendo-o no palco cantando, interpretando. Ele está aqui no meu sangue”, diz o filho sambista, que não esquece, também, de destacar a importância de sua mãe, Ângela Maria Nogueira, na preservação da memória e da arte de João. “Uma grande guerreira.”

Como para Diogo sua história de vida, na profissão e com a família, é positiva, ele passa para o filho, Davi, o mesmo tipo de experiência pessoal e que formatou sua personalidade. “Meu filho adora cozinhar, adora música, arte, sempre que o levo ao show, ele gosta de ficar no palco junto comigo, e assim, as coisas vão passando de um para o outro, da mesma forma que aprendi tudo com meu pai.”

Morador do Recreio dos Bandeirantes, no Rio, Diogo se diverte falando sobre o espanto e incredulidade das pessoas com relação à sua versatilidade. “Muita gente duvida se é verdade que eu cozinho mesmo, e isso é uma coisa natural que acontece na minha família: minhas irmãs cozinham superbem, a gente é muito natural no que faz, não tem forçação de barra, por isso que as coisas dão certo”, afirma, reforçando que não tem “caô” não. “Quando falo que surfo e pego onda, você pode ir no meu Instagram que ver que eu estou surfando; quando falo que estou cozinhando é porque estou lá e faço de verdade, não tem porque contar mentira.”

Esse alto astral e positividade de Diogo Nogueira, que quase seguiu a carreira de jogador de futebol, se reflete em suas lives, que também servem para arrecadar donativos para instituições para tratamento de câncer. “A gente consegue alimentos e dinheiro também para ajudar o pessoal da graxa, que trabalha nos bastidores da música e do teatro, principalmente nesse momento tão complicado em que as pessoas estão passando.”

 E Diogo retomou sua agenda de lives após se recuperar da covid-19, que teve no final de junho, forçando a interrupção das apresentações via internet. Para o músico, foi um momento bem esquisito, pois, felizmente, não teve sintomas graves, mas foi algo que aconteceu da noite para o dia. “Comecei a ter febre forte e uma desidratação fora do normal, e aí comecei a passar muito mal, tomei só um remédio para a febre, mas, quando acordei no dia seguinte, estava muito mal. Fui para um hospital, me reidrataram, melhorei e voltei pra casa para me manter em quarentena”, conta o rapaz, que disse ter ficado tranquilo, pois não precisou ser internado e melhorou bem, mas chegou a ficar sem olfato e paladar.

Animado com a novas perspectivas, o sambista avisa que marcou para o dia 24 o retorno aos palcos. Ele vai se apresentar no Vivo Rio com o show Pra todo Mundo Sambar. Entre as canções do repertório, sua mais nova gravação, Princípio, Meio e Fim (Claudemir da Silva/ Serginho Meriti). “É quase uma oração”, afirma Diogo sobre a nova música, que irá incluir no novo DVD a ser gravado e com previsão de lançamento no começo do ano que vem. “Será algo bem solar, alto astral, pra galera sambar bastante, em casa, nas piscina ou debaixo da mangueira, do chuveiro.”

 Diogo na Cozinha

Capa do livro de receitas de Diogo Nogueira Foto: Leandro Ribeiro
 

 

 

DIOGO NA COZINHA

Preço: 24,90 

Onde comprar: diogonacozinha.com.br

E aqui, uma receita que Diogo Nogueira costuma fazer:

Moqueca do Nogueira (50 minutos)

INGREDIENTES 

• 8 postas (Robalo ou Badejo) 

• 4 limões 

• 500g de camarão cinza 

• 4 tomates pequenos sem pele 

e cortadosem rodelas 

• 1 pimentão verde cortado em rodelas 

• 1 pimentão vermelho cortado em rodelas 

• 1 pimentão amarelo cortado em rodelas 

• 2 cebolas grandes (1 cebola picadinha e 1 cebola cortada em rodelas) 

• 5 dentes de alho picado ou amassado 

• 4 a 5 doses de cachaça para flambar o camarão 

• Azeite a gosto 

• 500 ml de leite de coco 

• 4 a 6 colheres de azeite de dendê (depende do seu gosto) 

• 2 pimentas dedo de moça 

• Salsa e coentro a gosto 

• Pimenta do reino a gosto 

• 1 folha de louro 

MODO DE PREPARO 

• Tempere o peixe com o caldo de limão, sal e pimenta do reino a gosto. 

• Antes de começar o preparo da moqueca, flambe os camarões. Nada de panelas fundas: dê preferência à frigideira. Também é preciso escolher uma frigideira com tampa, para apagar as chamas rapidamente, caso necessário. Para flambar, aqueça 

a frigideira e deixe o azeite bem quente. Coloque os camarões em seguida derramando com cuidado as doses de cachaça (de preferência em um copinho de vidro) no canto da frigideira, e flambe-os em pequenas quantidades. Se você não tiver experiência para usar o fogo do fogão para flambar, use o fósforo. Após as chamas subirem, desligue o fogo e reserve os camarões. 

• Em uma panela de barro coloque o azeite e deixe esquentar bastante. Quando estiver bem quente, coloque os pimentões cortados em rodelas e deixe por mais ou menos 1 minuto (sinta o perfume dos pimentões). Retire da panela e reserve. 

• Coloque as cebolas picadinhas e o alho e refogue. 

• Quando o refogado estiver pronto, arrume a cebola e metade dos pimentões no fundo da panela. 

• Coloque as postas de peixe, o restante dos pimentões e as rodelas de tomate e cebola por cima. 

• Acrescente o leite de coco. 

• Aguarde o cozimento do peixe. 

• Por fim, acrescente os camarões, o azeite de dendê,desligue o fogo e tampe a panela. 

• Deixe apurar o sabor por 5 minutos, depois é só servir. 


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