Dinarte de Medeiros Mariz (Serra Negra do Norte-RN – 23.08.1903 – Brasília – DF – 09.07-1984) era filho de Manoel Mariz Filho e Maria Cândida de Medeiros Mariz.
Foi governador do Rio Grande do Norte de 1956 a 1961, e Senador da República de 1955-1956 e de 1963-1984.
Apesar do pouco estudo, era dono de uma visão política extraordinária e de uma inteligência fabulosa.
Era uma excelente pessoa humana. Tinha resposta para tudo e queria agradar a todos.
Influenciou a política local por mais de meio século.
Durante o seu governo, foi criada a UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO NORTE.
No folclore político do Rio Grande do Norte, há casos hilários envolvendo o seu nome, que merecem registro.
Tenente Ananias é um município do interior do Rio Grande do Norte. Situa-se na região do Alto Oeste Potiguar, a uma distância de 413 quilômetros de Natal, capital do Estado. Tenente Ananias foi emancipado de Alexandria na década de 1960. O nome do município é uma referência a Ananias Gomes da Silveira (1863-1950), que foi combatente e tenente das forças-armadas do Brasil.
Vista da cidade de Tenente Ananias-RN
Quando Dinarte Mariz assumiu o cargo de governador do Rio Grande do Norte, os prefeitos do interior começaram as visitas e reivindicações de melhorias para os seus respectivos municípios.
O prefeito do município de Tenente Ananias era um deles. Deu várias viagens a Natal para falar com o governador, mas sempre havia um imprevisto e Dinarte Mariz nunca estava no Palácio, quando ele chegava.
Certa vez, o chefe de gabinete pediu ao governador que resolvesse logo o problema de Tenente Ananias. Dinarte Mariz respondeu:
– Quer saber de uma coisa? Mande redigir logo a portaria promovendo esse homem! Quero que saia amanhã no Diário Oficial!
Aperreado, o chefe de gabinete disse:
– Governador, Tenente Ananias é um município do Rio Grande do Norte! O prefeito de lá quer conversar com o senhor!
Um cabo eleitoral, fazendeiro rico, tinha um vaqueiro muito fiel, apesar de abobalhado, que sonhava em ser sargento da polícia. Quando Dinarte assumiu o governo, “cumpriu” a promessa, dando ao vaqueiro do amigo uma farda de sargento, que passou a ser usada diariamente, só dentro da fazenda.
Ao assumir o governo do Rio Grande do Norte, Dinarte Mariz recebeu a visita de um compadre do interior, fazendeiro e dono de um “curral eleitoral” acompanhado do seu afilhado. O homem lhe cobrou o cumprimento da promessa que lhe fizera de arranjar um emprego muito bom para o rapaz.
Dinarte chamou o chefe de gabinete e perguntou qual era o melhor emprego do Estado. A resposta foi que o melhor emprego do Estado, cargo em comissão, era o de Consultor Jurídico. O governador mandou que fosse preparado o ato de nomeação do filho do seu amigo para o referido cargo. Pouco depois o chefe de gabinete voltou e disse ao governador que não poderia redigir o ato de nomeação do rapaz, porque ele não era bacharel em direito, como a lei exigia. O rapaz só sabia ler e escrever.
Resposta do governador:
– Redija dois atos de nomeação: um para ele ser bacharel em direito e o outro para que seja Consultor Geral do Estado.
O chefe de gabinete disse que isso era ilegal e se recusou a redigir os atos. E foi exonerado na hora.
Uma comadre do Governador Dinarte Mariz foi nomeada para o magistério, com mais de 70 anos. O Governador foi alertado para a nulidade do ato, e a professora foi aposentada, compulsoriamente, no dia seguinte.
Esses causos, ainda hoje, correm de boca em boca.