Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Agenda Cultural sexta, 24 de maio de 2024

DIA NACIONAL DO MILHO - 24 DE MAIO

DIA NACIONAL DO MILHO

Raimundo Floriano

(Fonte: Google)

 
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O milho é um dos principais produtos do agronegócio brasileiro, ocupando posição de destaque na economia e na segurança alimentar. Então, nada melhor do que o Dia Nacional do Milho, comemorado dia 24 de maio, para falar dessa cultura de grande importância para nosso país.

Segundo grão mais produzido no território brasileiro, o milho é um alimento nutritivo, energético, rico em fibras e em compostos bioativos, que faz parte da culinária nacional e também da alimentação de animais de produção.

Para saber mais sobre essa cultura conversamos com Lauro Guimarães, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo e Maria Cristina Dias Paes, Cientista de Alimentos da Embrapa Milho e Sorgo. Boa leitura!

Milho: cultura de grande importância para o agronegócio brasileiro

Grande produtor de milho, o Brasil se consolidou também como um dos maiores exportadores do mundo, superando a marca de 100 milhões de toneladas de grãos a partir da safra agrícola de 2018/2019 e exportando volumes que se aproximam das 50 milhões de toneladas. 

O principal destino para o milho brasileiro é a China, que lidera as importações. Ainda na Ásia, destacam-se o Japão, a Coreia do Sul e o Vietnã. Na União Europeia, entre os maiores compradores estão Espanha, Portugal, Itália e Holanda. 

No Oriente Médio, Irã e Arábia Saudita. Egito, Argélia e Marrocos são os principais destinos do milho brasileiro. Já na América Latina, o México e a Colômbia estão entre os principais importadores.

No presente ano agrícola (2023/2024), a estimativa de colheita está em 111,6 milhões de toneladas, com área de cultivo de 20,6 milhões de hectares e produtividade média de 5.415 kg por hectare. 

Segundo Guimarães, a segunda safra é responsável por 77,2% da produção de milho no Brasil. “Isso demonstra a alta eficiência do agronegócio brasileiro, com dois ou mais cultivos conduzidos na mesma área a cada ano agrícola”. 

O mercado interno consome cerca de 60% a 65% da produção total do País, o que corresponde a aproximadamente 75 milhões de toneladas de milho por ano. 

Este volume se destina principalmente à produção de ração animal (60%-70%), atendendo a criações de aves, suínos, bovinos e outras categorias. O restante se divide entre o consumo humano (milho verde, canjica, pipoca e pamonha, entre outros) e a indústria (fubá, farinha, amido, óleo e etanol, entre outros produtos e derivados)”, complementa o pesquisador.

Etanol de milho também se destaca

O etanol de milho também vem representando uma excelente fonte de energia renovável, contribuindo para a descarbonização da matriz de combustíveis do País. 

Neste ramo, o Brasil se consolida como o segundo maior produtor de etanol de milho do mundo. Na safra 2023/2024, a estimativa é de que o País produza cerca de 6,27 bilhões de litros desse biocombustível, contribuindo para o fortalecimento de uma matriz energética sustentável e menos poluente. 

Essa indústria cresce e estabelece novas plantas de processamento, consumindo aproximadamente 14 milhões de toneladas de milho (neste ano de 2024), estimulando vários elos da cadeia produtiva, gerando renda, empregos e agregando valor com a produção do etanol e outros produtos”.  

Entre estes produtos se destacam: óleo de milho, DDG (dried distillers grains ou grãos secos de destilaria) e DDGS (dried distillers grains with solubles ou grãos secos de destilaria com solúveis). 

Esses dois últimos coprodutos são ricos em fibras e proteínas, destinando-se para a produção de ração animal”, complementa Guimarães.  

Benefícios nutricionais do milho

Além da sua grande importância mercadológica, o milho possui ainda alto valor nutricional. O cereal apresenta uso intenso na alimentação humana, e é também matéria-prima em vários processos industriais, tanto em indústrias alimentícias como em não alimentícias. 

Por ser um alimento de baixo custo e de cultivo viável, em grande e em pequena escala, o milho é a base de diversas cadeias agroindustriais”, destaca Maria Cristina Dias Paes.

O milho é um alimento nutritivo, fonte de carboidratos, rico em fibras e constitui importante ingrediente na culinária típica nacional. Cem gramas de farinha de milho contêm cerca de 370 calorias, distribuídas em carboidratos (70 g), proteínas (10 g) e óleo (4,5 g). 

Os carboidratos compõem a maior parte do grão de milho, cerca de 80%. A concentração de minerais no grão é da ordem de 1%. Além dos nutrientes, o milho possui nos grãos várias substâncias de importância biológica”, diz a pesquisadora.

Os principais derivados do milho produzidos no Brasil são elaborados industrialmente, por meio da moagem dos grãos secos via seca. Eles são a canjica, as farinhas e os grits. Estes últimos dão origem a outros produtos alimentícios, como flocão, cereais matinais, farinhas instantâneas e salgadinhos. 

Do milho verde, são originados alimentos muito apreciados pelos brasileiros, como o mingau, o curau, o creme, a pamonha, a canjica, o mugunzá, espigas de grãos cozidos ou assados e produtos de panificação, como bolos e biscoitos. A pipoca, feita a partir de um tipo especial de milho, também é bastante apreciada.

O milho verde em conserva, congelado ou ainda o minimilho são utilizados em várias preparações culinárias. O milho na forma de grão seco é um cereal, e verde é considerado como uma hortaliça.

Por meio da moagem via úmida, é originado o amido de milho, amplamente utilizado na fabricação de alimentos, inclusive os voltados à alimentação infantil, molhos, produtos de panificação, sopas, massas, condimentos, entre outros. 

Desse processo é ainda gerada a zeína do milho, fração protéica utilizada na produção de filmes e coberturas comestíveis aplicados com o objetivo de estender a vida de prateleira de produtos perecíveis, como frutas.

Avanços da tecnologia: temos muito a comemorar

Não há como contestar, o dia nacional do milho é uma data que tem que ser muito comemorada pelo agronegócio brasileiro, especialmente pelo seu avanço tecnológico.

O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo destaca que o desenvolvimento e a adoção de tecnologias de cultivo estão entre os fatores que impulsionaram o Brasil a se tornar um grande produtor de milho no cenário mundial. 

Em comparação com o ano agrícola de 1980/1981, a área plantada com milho aumentou apenas 1,7 vez, enquanto os incrementos na produtividade e na produção total foram de 3,1 e 5,2 vezes, respectivamente”, cita Guimarães. 

Segundo o pesquisador, a produção, de forma mais tecnificada na segunda safra, foi o grande motor para essa revolução do milho no Brasil. 

Isso se deu por causa de vários fatores, começando pela correção de solos e adoção massiva do sistema de plantio direto, que proporciona maior agilidade de plantio, capacidade operacional, proteção do solo e reciclagem de nutrientes.  

Outros fatores também contribuíram com esse resultado, como: 

  • Adubação de sistemas para o binômio soja-milho; 
  • Proteção de cultivos por meio do tratamento de sementes, controle de pragas, de doenças e plantas daninhas; 
  • Utilização de sementes de híbridos simples e triplos, portadores de eventos transgênicos.

O pesquisador ainda explica que cerca de 80% dos híbridos de milho são transgênicos, principalmente para controle de pragas e tolerância a herbicidas. 

Esse fato contribui fortemente para a redução de uso de inseticidas e a maior facilidade de manejo das lavouras, trazendo benefícios econômicos e para a saúde de pessoas e meio ambiente”, destaca.

Além disso, nesses últimos anos, houve a intensificação dos sistemas de cultivo em que o milho é um importante componente, como: 

  • Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF e suas variações); 
  • Antecipação de cultivos (como o Sistema Antecipe); 
  • Aumento do uso de tecnologias mais amigáveis. 

Nesse contexto, destacam-se a utilização do controle biológico de pragas e o uso de inoculantes, como os estimuladores do crescimento de plantas, os fixadores de nitrogênio (N), os solubilizadores de fósforos (P), e os protetores contra estresses abióticos como a seca etc. 

Esse cenário, além de proporcionar ganhos em produtividade, permite a otimização do uso da água e dos fertilizantes, contribui para a preservação ambiental, a conservação dos recursos naturais e a produção de alimentos de forma mais sustentável”, afirma Guimarães.

Em suma, o milho já se consolidou como um cereal estratégico e de alto valor no agronegócio brasileiro, com grande importância para a economia, para a segurança alimentar e para o aumento da sustentabilidade da matriz energética do País. 

A liderança do Brasil no mercado internacional se deve à capacidade produtiva e à competitividade, que vieram justamente pela adoção de tecnologias inovadoras, práticas sustentáveis e pelas contribuições do setor de pesquisa e desenvolvimento. 

O crescimento do valor bruto da produção de milho depende da continuidade de investimentos, aliando avanços tecnológicos à sustentabilidade, ampliação da infraestrutura e melhorias na logística, bem como da agregação de valor em produtos transformados. 

Com investimento, inovação, força e resiliência do produto brasileiro, será garantida a posição do Brasil como referência global na produção de milho. Ou seja, o produtor tem muito a comemorar no dia nacional do milho.


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