Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 23 de abril de 2020

DIA MUNDIAL DO LIVRO: 10 OBRAR ESCRITAS POR MULHERES PARA LER NA QUARENTENA

 

 

Dia Mundial do Livro: 10 obras escritas por mulheres para ler na quarentena

Do romance à ficção-científica, incluindo poema e não-ficção: selecionamos livros de autoria feminina para ler durante o período de isolamento domiciliar
 
 
No Dia Mundial do Livro, indicamos obras de autoria feminina para a quarentena Foto: Arte de Nina Millen
No Dia Mundial do Livro, indicamos obras de autoria feminina para a quarentena Foto: Arte de Nina Millen
 

O Dia Mundial do Livro, celebrado em 23 de abril, é uma data perfeita para iniciar ou planejar novas leituras. Em meio ao isolamento domiciliar necessário para conter o avanço do coronavírus, a data se torna ainda mais propícia. Seja para incluir novas obras na lista atual ou para recuperar o hábito perdido. 

 Assim como em muitas outras áreas, as mulheres também sofreram com a falta de representatividade no mercado editorial. Mesmo que algumas vezes tenham sido invisibilizadas, o cenário vem mudando nos últimos anos e elas ganham cada vez mais destaque no mundo literário.

Para quem está a procura de uma boa leitura durante a quarentena, a equipe de CELINA reuniu dez livros escritos por mulheres, de diferentes épocas e gêneros. Romance, ficção-científica, poema e não-ficção são alguns deles. Confira:

1 - 'Quarto de Despejo', de Carolina Maria de Jesus

O livro, publicado em 1960, narra o cotidiano da catadora de lixo Carolina Maria de Jesus. Com linguagem simples, ela traz relatos sobre suas vivências entre os anos de 1955 e 1960, enquanto morava em uma comunidade em São Paulo, criando sozinha seus três filhos.

Escritora Carolina Maria de Jesus autografa livro 'Quarto de Despejo', em 1960 Foto: Arquivo/Agência O Globo
Escritora Carolina Maria de Jesus autografa livro 'Quarto de Despejo', em 1960
Foto: Arquivo/Agência O Globo

O "diário de uma favelada" ganhou notoriedade mundial por trazer um novo olhar sobre a favela a partir da perspectiva crítica da autora, que batalha pela sua sobrevivência. Até hoje o livro é considerado uma obra importante por denunciar a situação de uma população marginalizada.

 

2 - 'No Seu Pescoço', de Chimamanda Ngozi Adichie

Nessa coletânea de 12 contos, a autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que também escreveu os aclamados romances "Americanah" e "Hibisco Roxo", traz histórias independentes que envolvem questões referentes à imigração, relações familiares, desigualdades raciais, machismo e religião.

 

Cada conto aborda assuntos cotidianos, com diferentes protagonistas em narrativas envolventes, mas que também propõem críticas sociais que estimulam o leitor a refletir. A história que leva o título do livro, "No Seu Pescoço", fala sobre uma jovem nigeriana que vai morar nos Estados Unidos e precisa se adaptar à nova vida e lidar com o preconceito.

3 - 'Ponciá Vicêncio', de Conceição Evaristo

A escritora Conceição Evaristo Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo
A escritora Conceição Evaristo Foto: Fábio Rossi / Agência O Globo

O livro narra a trajetória da protagonista Ponciá Vicêncio, desde sua infância até a vida adulta. Ponciá é uma mulher negra que vive em uma cidade no interior do Brasil. Ela e sua mãe trabalham fazendo artesanato com barro, enquanto o pai e o irmão trabalham na lavoura da família Vicêncio, proprietária das terras. 

Quando mais velha, ela vai para a cidade em busca de uma vida melhor e consegue um trabalho como empregada doméstica. Por meio de uma narrativa não-linear e estabelecendo relações entre o passado e o presente, a escritora mineira Conceição Evaristo aborda com sensibilidade questões relativas à personalidade da protagonista, que, segundo todos dizem, teria carregado uma "herança" de seu avô.

4 - 'O que o sol faz com as flores', de Rupi Kaur

Para quem é fã de poesia, essa é mais uma coletânea de Rupi Kaur, a autora de "Outros Jeitos de Usar a Boca." O livro traz poemas com temáticas de crescimento e cura e é dividido em cinco partes: murchar, cair, enraizar, crescer e florescer.

Nos poemas, que variam de apenas um verso até mais de uma página, ela aborda temas como abuso, partidas, questões familiares, amor e empoderamento feminino. O livro conta ainda com ilustrações feitas pela própria autora.

 

5 - 'Perto do Coração Selvagem', de Clarice Lispector

"Perto do Coração Selvagem" é o romance de estreia de Clarice Lispector, autora que completaria 100 anos em 2020. Publicado pela primeira vez em1943, o livro conta a história de Joana durante sua infância, e depois, no início da vida adulta.

O texto aborda questões existenciais e as reflexões da própria autora se misturam com as da personagem, o que se tornaria a marca registrada de Clarice. Joana busca a felicidade e em seu caminho faz inúmeros questionamentos sobre tudo que a cerca.

6 - 'Frankenstein', de Mary Shelley

Para quem prefere o terror ou ficção-científica, "Frankenstein" foi escrito no século XIX e é considerado até hoje uma das mais célebres obras do gênero. O livro conta a história de um estudante de ciências que desenvolve um monstro em seu laboratório. A criatura inicia uma busca pela aceitação e pertencimento que lhe foram negados desde seu "nascimento."

Acredita-se que a trama traz em muitos aspectos os sentimentos da própria escritora, Mary Shelley, cuja mãe morreu no seu parto e que, depois, passou por diversos abortos. Ela escreveu a história aos 18 anos, mas a publicou primeiro anonimamente. Anos depois, em uma reedição, assinou seu nome e precisou enfrentar críticas pelo fato de ser mulher.

 

7 - 'A vida invisível de Eurídice Gusmão', de Martha Batalha

O primeiro romance de Martha Batalha narra a vida das irmãs Gusmão, no Rio de Janeiro da década de 1940. Enquanto Guida desaparece sem deixar notícias, Eurídice se casa e representa o papel da esposa perfeita, mas nenhuma das duas parece feliz. "A vida invisível de Eurídice Gusmão" aborda as limitações vividas por muitas mulheres na sociedade da época.

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Além de contar a trajetória das duas irmãs, o livro traz ainda a história de outros personagens que as cercam. A obra foi adaptada para o cinema, em 2019, e foi recebida com sucesso pela crítica, ganhando o prêmio principal da mostra "Um Certo Olhar" do Festival de Cannes.

As atrizes Carol Duarte e Julia Stockler em 'A vida invisível', de Karim Aïnouz Foto: Divulgação
As atrizes Carol Duarte e Julia Stockler em 'A vida invisível', de Karim Aïnouz Foto: Divulgação

8 - 'Heroínas Negras Brasileiras em Cordéis', de Jarid Arraes

Dandara dos Palmares, Luísa Mahin, Maria Firmina dos Reis, Tia Ciata, Carolina Maria de Jesus. Essas são algumas das heroínas brasileiras que têm suas histórias retratadas no livro de Jarid Arraes. Ao sentir falta da representatividade de mulheres negras nos livros de história, ela quis resgatar a memória de suas vidas.

 

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Para isso, usou o gênero literário tipicamente brasileiro: a literatura de cordel, com ilustrações de Gabriela Pires. As páginas narram a trajetória de mulheres de diferentes épocas e estados, entre líderes quilombolas, revolucionárias e escritoras.

9 - 'Pós F - Para além do masculino e do feminino', de Fernanda Young

Fernanda Young, falecida em agosto de 2019, aos 49 anos, levou um Jabuti póstumo pela antologia de crônicas 'Pós-F: para além do masculino e do feminino' Foto: Divulgação
Fernanda Young, falecida em agosto de 2019, aos 49 anos, levou um Jabuti póstumo pela antologia de crônicas
'Pós-F: para além do masculino e do feminino' Foto: Divulgação

"Pós F - Para além do masculino e feminino" se insere no debate contemporâneo sobre o que significa ser homem e ser mulher. Em seu primeiro livro de não-ficção, Fernanda Young oferece sua visão de mundo por meio de textos autobiográficos.

O livro também é ilustrado com desenhos da própria autora e reúne ainda algumas cartas e trechos de suas conversas. A obra a proporcionou um prêmio Jabuti póstumo, em 2019.

10 - 'Ela Disse: Os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo', de Jodi Kantor e Megan Twohey

O livro conta a história de duas jornalistas responsáveis por expor as acusações de assédio contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein em uma reportagem que tornou o movimento #MeToo conhecido globalmente e pautou o debate sobre abuso sexual pelo mundo. 

Jodi Kantor e Megan Twohey narram, com riqueza de detalhes, como foram os bastidores da reportagem. Elas também refletem sobre as consequências do #MeToo e o futuro do feminismo e ainda trazem relatos de mulheres que se manifestaram durante o caso.


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