Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sábado, 07 de março de 2020

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - O QUE OS HOMENS PODEM FAZER PELA EQUIDADE DE GÊNERO?

Dia Internacional da Mulher: o que os homens podem fazer pela equidade de gênero?

Neste 8 de março, em vez de oferecer flores e bombons, homens podem repensar atitudes cotidianas e abrir mão de privilégios
 
Apesar de não serem protagonistas, homens podem contribuir para a luta pela equidade de gênero. Foto: Arte de Paula Cruz
Apesar de não serem protagonistas, homens podem contribuir para a luta pela equidade de gênero. Foto: Arte de Paula Cruz
 
 

Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março e com a aproximação da data cresce a procura por ideias de "lembrancinhas" para presentear mães, namoradas e amigas. Nos últimos anos, no entanto, cada vez mais mulheres têm questionado a distribuição de flores e bombons nessa data, que se fortalece como um momento significativo para o movimento feminista e é marcada por diversas manifestações pelo mundo.

Para a antropóloga Debora Diniz, o lugar dos homens na luta pela igualdade é decisivo e essencial para que ela de fato aconteça.

— Cabe aos homens manter permanentemente a voz sobre a igualdade de gênero ao lado das mulheres, porque elas não vão reescrever sozinhas as normas naturalizadas de desigualdade. É um lugar de atenção e combate aos privilégios do patriarcado e de todas as marcas indevidas da masculinidade e do machismo.

A pesquisadora explica que a questão do lugar de fala faz com que muitos homens acreditem não ter espaço nessa causa, mas defende que todos aqueles que usufruem de algum privilégio têm também o dever de estar ao lado dos que não são favorecidos.

—  Muitos vão afirmar "eu não sou mulher, então não tenho nada a dizer." Eu diria exatamente o contrário. Quanto mais privilégio nós temos, maior nosso dever de falar junto. O homem não tem o mesmo lugar das mulheres, mas ele tem um papel de pensar a masculinidade. Assim como é meu papel como mulher branca pensar o racismo e a branquitude, cabe aos homens se questionarem sobre como o patriarcado oferece privilégios indevidos e onde eles, talvez inadvertidamente, tiram proveito disso.

 
 

Maíra Liguori, diretora da organização Think Olga, concorda que essa luta precisa envolver também os homens, que podem ajudar apoiando e reconhecendo sua importância, além de identificar e abrir mão de privilégios. Ela menciona a existência de uma confusão muito comum, que contribui para o afastamento deles, de que o feminismo seria o contrário do machismo.

—  O machismo é um sistema em que o homem se coloca na sociedade de forma superior à mulher. Já o feminismo parte da igualdade de oportunidades. A gente está falando de equidade, na verdade, para que cada um tenha as mesmas oportunidades de executar tarefas e se colocar na sociedade de igual para igual: homens e mulheres, com as mesmas possibilidades.

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Ela afirma ser importante abrir espaço para as pessoas que queiram colaborar e participar da mudança, mas ressalta ser fundamental que eles não tirem o protagonismo feminino. Ela cita como exemplo as empresas que contratam homens para palestrar aos funcionários nessa data.

— A luta feminista é sobre mulheres, brancas e negras, que ocupam um lugar de opressão na sociedade, e vem para colocá-las em posição de equidade em relação aos homens. No dia 8 de março muitas mulheres atuam nesse sentido e os homens não são agentes da transformação da luta feminista nesse momento. Eles têm outra transformação em curso que é a de olhar para a masculinidade. Se a gente tira o lugar da mulher e minimiza seu conhecimento para colocar um homem falando de suas dores, estamos reafirmando o status quo e não mudamos nada.

 

Com base na conversa com as duas especialistas, a equipe de CELINA listou algumas ações que podem ser realizadas pelos homens em prol da equidade de gênero não só no dia 8 de março, mas o ano todo:

1 - Agir pelo fim da violência contra a mulher

Mais de 1,23 milhão de mulheres sofreram violência no Brasil entre 2010 e 2017, de acordo com dados da plataforma EVA, do Instituto Igarapé. Em 90% dos casos, o agressor é uma pessoa próxima da vítima. Refletir sobre esses dados e repensar comportamentos que legitimam a violência é um ponto urgente.

—  Nosso país tem uma das piores estatísticas do mundo em relação à violência contra a mulher, então acho que esse seria passo número zero: encerrar os comportamentos de violência contra mulheres. Que tal parar de assediar, de bater, de matar? — defende Maíra Liguori.

2 - Parar de falar 'eu ajudo em casa'

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres dedicam quase o dobro do tempo dos homens a tarefas domésticas. Em 2018, elas trabalharam, em média, 21,3 horas por semana realizando esses serviços, enquanto os homens dedicaram apenas 10,9 horas.

Quando realizam esses afazeres, muitos afirmam estar "ajudando em casa", o que contribui para a ideia de que essa seria uma função feminina. 

 

— Os homens não são hóspedes, filhos eternos, nem visitantes. Então precisamos mudar essa linguagem: homens não "ajudam" em casa, eles fazem trabalho doméstico, assim como as mulheres, e precisam também experimentar a dupla e tripla jornada — explica Diniz.

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Liguori destaca que houve um crescimento na participação das mulheres no mercado de trabalho, mas que ele não veio acompanhado pela divisão das responsabilidades em casa.

—  Hoje o homem não é mais o provedor, existe uma divisão das responsabilidades financeiras da família, e falando de mulheres de baixa renda esse número de provedoras do lar é infinitamente maior. Porém, os homens não assumiram a outra parte, que são as tarefas da casa, o cuidado com os filhos e com os idosos —  afirma.


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