DIA DE SÃO CLEMENTE MARIA HOFBAUER - 15 DE MARÇO
HOMILIA - 15.03.23
HISTÓRIA DE SÃO CLEMENTE MARIA HOFBAUER
Batizado com o nome de João, ele nasceu num pequeno povoado da Morávia, República Tcheca, em 26 de dezembro de 1751. De família muito cristã e pobre, não pôde se dedicar aos estudos até a adolescência. Seus pais, Paulo Hofbauer e Maria Steer, tiveram doze filhos, e ele tinha apenas sete anos quando ficou órfão de pai. Consta de suas anotações que, nesse dia, sua mãe lhe mostrou um crucifixo e lhe disse: "A partir de hoje, este é o teu Pai". João entendeu bem a orientação, decidindo, a partir de então, que se tornaria Padre e missionário.
Mas as condições em que vivia a família dificultaram a realização de seu sonho. Aos quinze anos de idade, foi morar na cidade de Znaim, onde aprendeu o ofício de padeiro. Três anos depois, conseguiu o emprego que mudou sua vida: padeiro do Convento em Bruk, dos Premonstratenses. A vocação do jovem foi notada pelo Abade, que o deixou estudar, inclusive latim. Quando seu benfeitor morreu, João foi viver como eremita, primeiro na Áustria e, depois, com a permissão do Bispo de Tívoli, próximo à capela de Quintilio. Aí, foi onde mudou o nome para o de Clemente Maria, recebendo o hábito do Bispo que, mais tarde, se tornaria o Papa Pio VII. Certa vez, em outra viagem a Roma, entrou por acaso numa igreja de Redentoristas. Foi o primeiro contato que teve com essa Ordem. Depois de assistir à missa, pediu uma entrevista com o Superior e, impressionado com as Regras e a atuação da Congregação, pediu para ingressar nela e foi admitido.
Um ano depois, tornou-se Sacerdote Redentorista. Seu sonho estava realizado, mas seu trabalho, apenas começando. Fixou residência em Varsóvia, onde fundou casas e recebeu dezenas de noviços. Reformou a igreja de São Benon, que estava caindo aos pedaços, e a pequena casa da igreja tornou-se um grande e espaçoso convento. Durante vinte anos, Padre Clemente atuou nessa Paróquia, convertendo pagãos e atraindo multidões. Tanto que eram necessários vinte e cinco padres para atender aos fiéis, celebrando diariamente duas missas em alemão e duas em polonês. Com a expansão do trabalho, pôde fundar mais três conventos e ativar as paróquias em volta da sua. Como Capelão do convento e da igreja das Ursulinas, teve uma influência extraordinária na cidade inteira e até além da mesma. Fundou também um asilo para abrigar as crianças vítimas das sucessivas guerras da região, uma escola para crianças pobres e outra, de ensino superior, para meninos. Essa atividade ele a continuou até 1808, quando Napoleão Bonaparte fechou a igreja e dispersou a comunidade. Enfrentou, com serenidade, com outros Redentoristas, a perseguição na Polônia, o fechamento da Casa da Ordem e até a prisão.
Clemente não desistiu. Foi realizar missões na Alemanha, Suíça e na Áustria, onde fez o clero retomar os conceitos cristãos esquecidos. Principalmente, aconselhou e encorajou alguns líderes do novo movimento romântico e outros que trabalhavam para a renovação católica nos países de idioma alemão. A intensa atividade dele chamou a atenção da polícia.
Mas, só a morte poderia impedir Clemente Maria de atuar, o que se deu em Viena, no dia 15 de março de 1820, cuja população consternada assumiu o luto como o de um parente.
Foi beatificado em 1888, e canonizado pelo Papa Pio X, em 1909. Cinco anos depois, o mesmo pontífice proclamou São Clemente Maria Hofbauer o Padroeiro de Viena e, também, dos padeiros, numa singela lembrança da profissão exercida na sua adolescência. É venerado como o principal propagador da Congregação Redentorista, fora da Itália.