DIA DE SÃO CARLOS BORROMEU - 04 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 04.11.24
Carlos Borromeu nasceu no dia 2 de outubro de 1538, no castelo de sua família, na cidade de Arona, perto de Milão, Itália. Seu pai foi o milionário conde Gilberto Borromeu. Sua mãe se chamava Margarida de Médicis. Ela pertencia à mesma família nobre e influente na sociedade italiana e na Igreja. Carlos foi o segundo filho.
Os pais de Carlos Borromeu seguiram o hábito da época: entregaram-no para o serviço de Deus quando ele completou doze anos. Por uma grande felicidade, o menino tinha enorme vocação religiosa e encontrou-se muito feliz no caminho do serviço a Deus. Além disso, era penitente, cheio de piedade e caridoso para com todos os pobres.
Carlos Borromeu tornou-se um estudioso aplicado e se destacou pela inteligência e sabedoria. Diplomou-se em Direito Canônico com apenas vinte e um anos. Um ano depois, entusiasmado com a fé e com grande ardor missionário, fundOU uma Academia para estudos religiosos. Essa Academia teve total aprovação da Santa Sé.
Carlos Borromeu era sobrinho do Papa Pio IV, e isso o estimulava a seguir adiante no caminho da fé e não nas glórias humanas. Ele queria viver uma vida afastada, como monge. Porém, por causa de sua sabedoria e inteligência, com apenas vinte e quatro anos já era sacerdote e tinha sido sagrado Bispo de Milão. No cargo, ajudou a organizar a Igreja e dedicou-se à evangelização.
São Carlos Borromeu sentiu-se bastante atraído pela vida monástica e contemplativa. Por causa disso, pensou seriamente em renunciar a seu cargo à frente da Arquidiocese. Porém, seu amigo, o Venerável D. Frei Bartolomeu dos Mártires, então Arcebispo de Braga, conseguiu dissuadi-lo dessa ideia. D. Bartolomeu o ajudou a perceber que, naquele século, repleto de maus exemplos dados pelo Alto Clero, seria melhor que Carlos Borromeu, um nobre, vindo de família milionária e sobrinho do Papa, desse um exemplo de vida pobre, humilde e santa como Arcebispo. São Carlos Borromeu viu nesse conselho a vontade de Deus e o acatou, permanecendo Arcebispo de Milão.
Seguindo os conselhos de Jesus e os de seu amigo D. Frei Bartolomeu, São Carlos Borromeu foi utilizando todos os seus bens (e eram muitos!) na construção de hospitais, albergues para os pobres, casas de formação para os sacerdotes e religiosos. Além disso, teve atuação forte no Concílio de Trento e levou adiante as reformas sugeridas por tal Concílio.
Promoveu a adoção de disciplina mais rígida para os padres e religiosos. Com isso, criou hostilidades com aqueles que não estavam dispostos a abrir mão de privilégios. Porém não se preocupava com isso. Por causa da disciplina que instaurou para o Clero, Carlos Borromeu chegou a ser vítima de um atentado, enquanto estava em oração em sua capela. No entanto saiu ileso e perdoou generosamente aquele que atentara contra sua vida.
Em 1576 a peste negra chegou a Milão. Milhares de pessoas morreram. Mais de cem padres também faleceram, contaminados pela peste, quando ajudavam os doentes. Carlos Borromeu foi bastante atuante em meio a essa mortandade. Visitava e dava assistência a todos os contaminados que assistia. Levava a eles os Sacramentos da Igreja e o consolo da fé, no meio da dor do sofrimento. Não tinha receio nem precauções ao se misturar com os doentes. Sofrendo por ver tantas mortes de inocentes, flagelou-se em praças públicas pedindo perdão a Deus, exercendo seu sacerdócio em nome de seu povo.
Esse trabalho incansável, porém, consumiu suas forças. Tanto que, um dia, a febre o pegou. Ela não o matou de vez, mas lhe tirou as forças, minou seu corpo lentamente. Depois disso, conseguiu fazer muito menos e, alguns anos depois, faleceu com apenas quarenta e seis anos. Antes de morrer, proclamou-se feliz por ter seguido, em toda a sua vida, os ensinamentos de Cristo e pela graça de poder encontrar-se com o Senhor de coração puro. Faleceu em 4 de novembro de 1584, estando em sua sede episcopal. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Paulo V em 1610.
“Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Carlos Borromeu, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. São Carlos Borromeu, rogai por nós.”
“Meu bom Anjo da Guarda, não sei quando e de que modo irei morrer. É possível que eu seja levado de repente ou que, antes do meu último suspiro, eu me veja privado das minhas capacidades mentais. E há tantas coisas que eu quereria dizer a Deus, no limiar da Eternidade. Por isso, hoje, com a plena liberdade da minha vontade, venho pedir, Anjo da minha guarda, que faleis por mim nesse temível momento. Direis, então, ao Senhor, meu bom Anjo da Guarda:
- Que quero morrer na Santa Igreja Católica Apostólica Romana, no seio da qual morreram todos os santos, depois de Jesus Cristo, e fora da qual não há salvação.
- Que peço a graça de participar nos méritos infinitos do meu Redentor e que desejo morrer pousando meus lábios na Cruz que foi banhada com o Seu Sangue.
- Que aborreço e detesto os meus pecados que ofenderam a Jesus e que, por amor a Ele, perdoo os meus inimigos, como eu próprio desejo ser perdoado.
- Que aceito a minha morte como sendo da vontade de Deus e que, com toda a confiança, me entrego ao Seu amável e Sacratíssimo Coração, esperando em toda a sua misericórdia.
- Que, no meu inexprimível desejo de ir para o Céu, me disponho a sofrer tudo quanto a Sua soberana Justiça haja por bem infligir-me.
Não recuseis, ó Santo Anjo da minha guarda, ser o meu intérprete junto de Deus e expor diante dEle que estes são os meus sentimentos e a minha vontade. Amém.”