DIA DE SANTO ANDRÉ APÓSTOLO - 30 DE NOVEMBRO
HOMILIA - 30.11.21
André era irmão de Simão (posteriormente chamado de Pedro por Jesus). Ambos eram filhos de um pescador chamado Jonas e nasceram na cidade de Betsaida, às margens do Lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galiléia. André e Pedro eram pescadores como o pai, sócios de João e Tiago (também discípulos de Jesus) numa comunidade de pesca e moravam em Cafarnaum no tempo em que o Mestre apareceu. Às margens do Mar da Galileia, Cafarnaum era bem maior que Betsaida, recebia gente de todo lugar e era bem mais promissora.
Antes de serem discípulos de Jesus, André e João, irmão de Tiago, foram discípulos de João Batista. Foi João Batista, aliás, quem apresentou Jesus a esses dois, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo.” Os dois foram atrás de Jesus. O encontro com o Mestre deve ter sido maravilhoso porque, João, depois de mais de 60 anos, quando escreveu seu Evangelho, lembrou-se até da hora em que ele e André encontraram o Mestre: “Eram quatro horas da tarde”. (Jo 1, 35-40)
André, juntamente com João, foram os primeiros a se tornarem discípulos de Jesus. O fato de ter sido discípulo de João Batista mostra que Santo André era um homem ligado à religião e estava em busca de algo mais. Depois de encontrar Jesus, ele faz questão de levar seu irmão Pedro até o Mestre, afirmando "Encontramos o Messias". Ele não guardou para si a graça de ter encontrado o Senhor. Por isso, foi o primeiro discípulo a apresentar futuros discípulos a Jesus.
André era indicado pelos próprios discípulos como o "segundo na hierarquia", estando abaixo somente de Pedro, o líder escolhido por Jesus. Nas listas dos Apóstolos citadas nos Evangelhos, André figura entre os quatro primeiros. A Tradição diz que Santo André era mais velho que Pedro. Porém, não se sabe se era casado, como o irmão, ou se teve filhos. Sabe-se que, após seu encontro com Jesus, deixou tudo para seguir o Mestre.
Santo André é mencionado doze vezes no Novo testamento. Além de ser descrito como primeiro discípulo, Santo André é citado no milagre da multiplicação dos pães. É ele quem apresenta o menino que tem cinco pães e dois peixes. (Jo 6, 8-14). Quando gregos pedem para ver Jesus, Filipe vai falar com André e André fala com Jesus. O fato evidencia a autoridade de André. Santo André participou de toda a vida pública de Jesus, viu todos os milagres que o Mestre realizou, ouviu todas as suas pregações e ensinamentos. Experimentou a própria fraqueza fugindo quando Jesus foi preso, mas experimentou também a alegria do perdão vindo de Jesus ressuscitado e a força do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Tudo isso moldou para sempre sua personalidade, e ele se tornou um grande Apóstolo.
Logo após a Vinda do Espírito Santo, Santo André ajudou a fortalecer a Igreja nascente na Palestina. Depois, porém, partiu para anunciar o Evangelho em vários lugares da região, fixando-se em Patras, na Grécia. Lá, formou uma comunidade cristã forte, modelo para outras comunidades. Ali, surgiu uma igreja viva, rica em discípulos e missionários. Vários milagres aconteceram pela oração de Santo André.
Porém, ali, também foi o local do seu martírio. Por causa do crescimento da comunidade cristã, o governador local chamado Egéas, subordinado ao imperador Nero, prendeu Santo André, porque o santo afirmava que Jesus era um juiz mais importante e acima dele (Egéas). O governador exigiu depois que Santo André adorasse os deuses pagão da região. O santo negou e ainda afirmou que aqueles deuses eram demônios. Por isso, Egéas condenou-o à crucificação. Santo André aceitou a sentença com alegria, pois sempre pregou a grandeza da cruz de Cristo. Antes de morrer, doou seus bens e suas roupas a seus carrascos e resistiu dois dias de grande sofrimento pregado numa cruz em forma de “X”. Antes de sua morte, uma forte luz envolveu todo o seu corpo e depois se apagou. Era o dia 30 de novembro de 60. Em 357, o imperador Constantino, convertido ao cristianismo, trasladou os restos mortais de Santo André para Constantinopla. Depois, essas relíquias foram trasladadas para Roma, onde estão até hoje, guardadas na Catedral de Amalfi.
“Santo André, Apóstolo de Jesus Cristo, que conheceste a exigência e a alegria de seu primeiro apelo, dá-nos a graça de responder-lhe com a mesma fidelidade, de O servir cada dia no lugar que Ele para nós escolheu. Tu que distribuíste à multidão faminta o pão que o Senhor multiplicava em tuas mãos, obtém para nossa pobreza o mesmo milagre. Faze que esperemos o socorro de Deus com a invencível esperança do amor, preocupados unicamente com o advento de seu Reino. Testemunha da boa-nova que tua voz levou até as extremidades da terra, conserva nos apóstolos de nosso tempo esta fé viva que transporta montanhas e constrói o Reino. Mártir de teu testemunho, concede-nos a graça de união à Cruz de Jesus Cristo; que ela seja a alegria de nossa vida e o penhor de nossa ressurreição na claridade de Deus. Amém!”