DIA DE SANTA ISABEL DE PORTUGAL - 04 DE JULHO
HOMILIA - 04.07.24
HISTÓRIA DE SANTA ISABEL DE PORTUGAL
Isabel de Aragão ou Santa Isabel de Portugal (1271-1336) foi rainha consorte de Portugal, esposa do rei D. Diniz. Reputada como fazedora de milagres, foi beatificada pelo Papa Leão X, em 1516, e canonizada pelo Papa Urbano VIII, em 1625.
Isabel de Aragão nasceu no Palácio de Aljaferia, em Saragoça, Espanha, no dia 4 de janeiro de 1271. Era filha de D. Pedro III, Rei de Aragão, e de D. Constança de Hohenstaufen. Muito católica, desde pequena, já rezava e fazia jejuns.
Isabel era muito formosa, de grande coração e muita caridade. Ela não gostava de música, passeios, nem de joias e enfeites, vestia-se sempre com simplicidade.
Com apenas 12 anos, foi pedida em casamento por três príncipes, mas seus pais escolheram D. Diniz, herdeiro do trono de Portugal, apesar de Isabel estar mais inclinada a encerrar-se em um convento.
Isabel de Aragão teve dois filhos, Constança e Afonso, o herdeiro, mas seu coração era grande, pois dava guarita aos filhos ilegítimos do rei.
Conhecidos eram seus esforços para apaziguar as negociações de paz entre D. Diniz e seu irmão D. Afonso, que reclamava ser o legítimo herdeiro, pelo fato de D. Diniz ter nascido antes de o Papa ter reconhecido seu casamento com D. Beatriz de Castela.
Conta-se que D. Isabel tentou mediar uma discórdia entre D. Diniz e seu filho Afonso, mas, não conseguindo, se interpôs entre os dois exércitos. Comoveu pai e filho e obteve a paz.
D. Isabel costumava dizer:
“Deus tornou-me rainha para me dar meios de fazer esmolas.”
Com esse espírito, não foi difícil criar em sua volta uma lenda de santidade, atribuindo-lhe diversos milagres, como a cura de sua dama de companhia e de diversos leprosos.
Diz-se também que fez com que uma criança pobre e cega começasse a ver e que curou em uma só noite os graves ferimentos de um criado.
Um dos mais conhecidos milagres de santa Isabel é o das rosas. Conta-se que, durante o cerco de Lisboa, D. Isabel estava a distribuir moedas de prata para socorrer os necessitados da região de Alvalade quando D. Diniz apareceu.
O rei perguntou a D. Isabel: “O que levas aí, senhora?” Para não desgostar o marido, que era contra essas doações, ela respondeu: “Levo rosas, senhor.” E, abrindo o manto, perante o olhar surpreso do rei, não se viam moedas, mas sim rosas vermelhas.
Em outra versão, conta-se que, certa vez, numa manhã de inverno, D. Isabel, decidida a ajudar os mais desfavorecidos, teria enchido uma dobra de seu vestido com pães para distribuir.
Tendo sido apanhada pelo rei, que a questionou sobre onde ia e o que levava, ela exclamou: “São rosas, senhor!” Mas o rei indagou: “Rosas no Inverno?” A rainha mostra ao rei os pães e o que ele vê são rosas.
As rosas aparecem ainda em outras lendas. Uma na construção de um templo em Alenquer, quando pagou aos operários com rosas que se transformaram em dinheiro. Em outra, estava a pagar com moedas de ouro a construção do Convento de Santa Clara quando apareceu o soberano e ela, outra vez mais, mostrou-lhe rosas.
Com a morte de D. Diniz, em 1325, D. Isabel retirou-se para o Mosteiro das Clarissas de Coimbra, onde passou a viver como religiosa, sem votos, após ter deposto a coroa real no santuário de Compostela e haver dado todos os seus bens pessoais aos mais necessitados.
D. Isabel de Aragão passou o resto de sua vida na pobreza voluntária. Fixou residência em Coimbra, junto do Convento de Santa Clara, nos Paços de Santa Ana. Mandou construir os hospitais de Coimbra, e Santarém e de Leiria, para receber os pobres.
Quando D. Isabel deixou Coimbra para pacificar o filho D. Afonso IV de Portugal, e o neto, Afonso XI de Castela, que ameaçavam uma guerra, faleceu durante a viagem, vítima de lepra.
D. Isabel de Aragão ou Santa Isabel de Portugal faleceu em Estremoz, Portugal, no dia 4 de julho de 1336. Seu corpo foi enterrado no Mosteiro de Santa-Clara-a-Nova, em Coimbra.