DIA DE SANTA BIBIANA - 02 DE DEZEMBRO
HOMILIA - 02.12.20
O que se sabe sobre Santa Bibiana é que ela viveu durante um dos últimos suspiros da perseguição do Império Romano contra os cristãos. Aconteceu entre os anos 361 e 363, sob as ordens do Imperador Juliano, apelidado de “o apóstata”. Ele ganhou esse apelido porque renegou o batismo cristão que tinha recebido, abandonou a fé e começou a empreender verdadeira guerra contra o cristianismo.
Juliano começou sua guerra anticristã fazendo a substituição de todos os cristãos que ocupavam cargos no Império. Todos eram substituídos por não cristãos. Além disso, os cristãos mais populares, mais perseverantes e os que exerciam liderança eram humilhados, torturados publicamente e, muitas vezes, mortos.
No ano 363, os pais de Santa de Bibiana, que eram cristãos fervorosos, foram executados na presença de Bibiana e de sua irmã, chamada Demétria, porque não renunciaram à fé cristã. Flaviano, pai de Bibiana, foi morto com um símbolo marcado na testa. Esse símbolo o identificava como sendo escravo. A mãe de Bibiana, chamada Defrosa, foi decapitada. Bibiana e a irmã foram aprisionadas antes de serem mortas.
Demétria foi morta primeiro. Ela recebeu terríveis torturas, mas perseverou na fé até o fim. Bibiana presenciou tudo. Depois, então, aconteceu o martírio de Bibiana. Para ela, outra tática foi utilizada, com o fim de fazê-la abandonar a fé. Ela foi levada para um prostíbulo de luxo para ser prostituída. Porém, nenhum homem conseguiu aproveitar-se da sua grande beleza, porque, quando tentavam tocá-la, eram atacados por um estranho surto de loucura. Por isso, Bibiana, foi levada para um asilo de doentes mentais. Mas, lá, aconteceu o oposto: os doentes começaram a ser curados.
Como Santa Bibiana não renegou sua fé em Cristo, ela foi levada para ser chicoteada. E o foi até morrer. Quando ela morreu de tanto apanhar, outro milagre aconteceu: os cães, que rodeavam a cena e atacavam ferozmente os cadáveres, não a tocaram. Pelo contrário, mantiveram-se, todos, a uma distância respeitosa, como que reverenciando a Santa. Por isso, seus restos mortais puderam ser recolhidos por outros cristãos e sepultados junto de seus familiares. Depois, todos foram transferidos para um túmulo feito para eles no monte Esquilino, na cidade de Roma.
Por fim, a perseguição romana acabou. A história do heroico martírio de Santa Bibianan e de seus familiares ganhou a devoção dos cristãos. Santa Bibiana passou a ser invocada como intercessora contra as doenças da cabeça, contra as doenças mentais e a epilepsia. Seu túmulo tornou-se local de grande peregrinação. Seu nome passou a ser muito usado para recém-nascidas de famílias cristãs.
No ano 407, a veneração a Santa Bibiana estava tão difundida, que o Papa, chamado Simplício, mandou construir uma pequena igreja em sua homenagem, no local de sua sepultura. No ano 1625, foi construída uma basílica dedicada a Santa Bibiana, sobre as ruínas da primeira igreja. Com isso, o culto a Santa Bibiana ganhou nova força. As relíquias da Santa estão depositadas sob o altar-mor da Basílica.
Além de ser protetora contra as doenças da cabeça e da mente, Santa Bibiana é padroeira de Sevilha, na Espanha, e da Diocese de Los Angeles, Estados Unidos. Sua celebração acontece no dia 2 de dezembro, que é o dia em que ela entregou sua vida por amor a Jesus Cristo.
“Ó Deus, Pai de misericórdia, que deste força para a tua jovem serva Bibiana testemunhar, com a suprema prova do martírio, a fé que recebeu de seus pais, Flaviano e Dafrosa, dá-me, também, a coragem de ser capaz de dizer sim à Tua vontade, para que eu seja sempre guiado por Ti. E tu, gloriosa Santa Bibiana, intercede por mim, junto ao Pai Celeste, para que, com a ajuda do Espírito Santo, possa ser fiel a Cristo e seu Evangelho. Que a tua coragem, de jovem cristã, incentive os nossos jovens a se esforçarem a construir um mundo novo, onde reina a civilização do amor, da fraternidade e da alegria. Envia, Senhor, a paz e a serenidade às nossas famílias, aos enfermos, aos idosos e a todos os que recorrem a Ti. Intercede por nós, hoje e sempre. Amém.”